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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Quem são os responsáveis?



Portugal tem vindo a transformar-se no maior – à sua escala – consumidor de venenos agrícolas. Todos os dias os portugueses comem veneno.

O já muito pouco que se produz é um verdadeiro veneno agrícola, que ronda uma média de 6 litros anuais por pessoa ou 100 litros por hectare cultivado, de venenos lançados sobre os produtos. Uma vergonha! Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país agrícola europeu.

Há um oligopólio de produção nas mãos de alguns e algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam o veneno, como a Bayer, a Basf, Sungenta, Shell química….

Existem muitos pulverizadores agrícolas. A pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.

Há diversos produtos usados em Portugal que já estão proibidos nos países de origem. Sobre estes assuntos, nenhuma ASAE se pronuncia!

Assiste-se a uma liminar no “neutral poder judicial” português, que autorizou a retirada durante dois ou três anos… mas quem será o responsável pelas consequências pelo uso durante esse tempo?

Os agricultores do agronegócio usam e abusam de venenos como única forma para manter a matriz na base da monocultura sem usarem mão-de-obra.

Um dos venenos mais usados é o secante, que é aplicado no fim da safra, para matar as próprias plantas, podendo assim colher com as máquinas num mesmo período.

Pois bem, esse veneno secante vai para a atmosfera e regressa depois com a chuva, atingindo democraticamente toda a população, inclusive doutras paragens e cidades.

Como consequências, o aumento de doenças, de abortos inexplicados e indesejados na população que vive no ambiente dominado pelos venenos da soja.

Já se verificou o aumento do cancro, consequência do aumento do uso de agrotóxicos.
Sem qualquer ponta de cinismo penso que, a ASAE deveria poder intervir e fazê-lo a todos esses venenos adulterados, produzidos por grandes empresas transnacionais. Ou seja, além de aumentar o uso de veneno, falsificam a fórmula autorizada, para o tornar mais potente e, desse modo, iludir ainda mais o agricultor.

Ocorrem cerca de dois mil  casos de cancro em Portugal anualmente, na sua maioria consequência dos alimentos contaminados, metade necessitando duma certidão de óbito.

Tudo isto acontece diariamente, e ninguém diz nada. Talvez pelo conluio existente entre as grandes empresas e determinados monopólios. A sistemática propaganda de empresas que apresentam lucros astronómicos, é a de que é impossível produzir sem venenos. Uma grande e descarada mentira.

A humanidade reproduziu-se ao longo de dez milhões de anos sem usar venenos, que só se usaram depois da Segunda Guerra Mundial, como uma adequação das fábricas de bombas químicas, para matar os vegetais e os animais.

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