O deputado
socialista Nuno Sá afirmou hoje que suspeita "fortemente" de uma
"operação estatística" dos centros de emprego para "varrer para
debaixo do tapete" desempregados que foram chamados "aos
milhares" a comparecer presencialmente, "sob pena" de serem
excluídos.
"Tivemos relato de
que milhares e milhares de pessoas estavam a ser convocadas para pessoalmente
se deslocarem aos centros de emprego, sob pena de serem suspensas",
afirmou à Lusa Nuno Sá, coordenador para as questões do emprego no grupo
parlamentar do PS.
O deputado disse que,
chegados ao centro de emprego,"não havia nada para oferecer às pessoas,
nenhuma oferta de emprego, nem quaisquer dados para atualizar".
"Faz-nos suspeitar
fortemente, com todos estes indícios, de que não foi mais do que uma mera
operação estatística para varrer para debaixo do tapete os graves números do
desemprego, porque chamam as pessoas para uma suposta atualização de dados e se
não responderem desaparecem dos números do desemprego", acusou.
Segundo o deputado
socialista, as pessoas "são chamadas meramente para lhes poder ser marcada
falta".
Nuno Sá reconheceu que
o Instituto do Emprego e da Formação Profissional "faz controlos da
situação de desemprego e da alteração dessa situação", mas disse que isso
é feito por via postal.
"Isto levanta
preocupações de legalidade, porque o Instituto do Emprego e Formação
Profissional reporta ao Instituto Nacional de Estatística os números do
desemprego, que por sua vez reporta ao Eurostat [gabinete de estatística da
União Europeia]", argumentou, temendo uma "baixa artificial do
desemprego".
O PS vai entregar na
segunda-feira na Assembleia da República uma pergunta sobre esta matéria.
Lusa
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