Dez anos depois de ter sido preso, Carlos Cruz
reafirmou ao Diário de Notícias a sua inocência. O antigo apresentador de
televisão que, garante, está “falido” assegurou que os juízes não têm
“absolutamente nada” contra si e que foram condicionados pelo “receio da
opinião pública”.
Carlos Cruz foi detido a 31 de Janeiro de 2003. Dez anos
depois o Diário de Notícias falou com o antigo apresentador da televisão que
revelou estar “falido”, sendo obrigado a entregar a vivenda em Cascais ao banco
por falta de dinheiro. Uma década depois do início do processo português mais
mediático, Carlos Cruz continua a afirmar a sua inocência.
“Os rapazes que me acusam sabem que estou inocente. Os juízes
concluíram ser impossível apurar os factos da acusação e condenaram-me com uma
ressonância da verdade”, disse o antigo apresentador televisivo.
Sobre as provas do processo, Carlos Cruz garante que os
juízes não têm “absolutamente nada” contra si. “Não há uma escuta, não há uma
foto, não há um vídeo. Fui o único arguido a quem não fizeram sequer uma busca.
Não têm nada, absolutamente nada”.
Para Carlos Cruz, “os juízes tiveram receio da opinião pública”,
mas admite acreditar que “um dia alguém porá a mão na consciência e desmontará
esta enorme mentira”.
O ‘senhor televisão’ explicou ainda como o seu nome foi associado
à Casa Pia: “Em 1982, num processo que envolveu Jorge Ritto, um dos rapazes na
altura falou do meu nome aos colegas, dizendo que me tinha dado uma banhada. O
azar meu é que a educadora da Casa Pia fez um relatório sobre a ida de alunos a
casa do embaixador e referiu nele, no fim, o meu nome, invocando a tal falsa
banhada”. O relatório foi então enviado para a Polícia Judiciária que o
divulgou em 2002 quando rebentou o escândalo. “Mas o rapaz da banhada disse à
PJ que nunca esteve com ninguém em casa de Jorge Ritto. Confessou, inclusive,
que mentiu e pediu-me desculpa na presença do jornalista Rui Gustavo”,
acrescentou.
N. M.
PS: «Como nada fiz, nada receio», diz-se como ditado cá
pelo Porto, e se tivesse levado uma vida “normal”, certamente que não se
encontraria na actual situação.
As crianças e jovens menos lúcidos, devem ser respeitados
plenamente, ajudados e amparados na sua vida, para que possam ter uma vida o
mais regular possível, dentro dos parâmetros da normalidade, e, no caso das
crianças e jovens da Casa Pia, tratava-se de crianças pobres, mas crianças,
seres humanos, filhas de humanos, devendo merecer todo o respeito, algumas
sendo órfãs e sem ninguém que as ajudasse a serem alguém.
Se está falido, coisa que não acredito, a culpa não é nem
dos juízes nem da opinião pública, mas da conduta que teve, ao que parece,
durante anos.
Há humanos que fazem o que os irracionais nunca fizeram,
pois sabem defender as suas crias e até, nalguns casos, as crias de outros,
adoptando-as como suas.
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