A antiga provedora da Casa Pia de Lisboa,
Catalina Pestana, reitera, em entrevista ao Diário de Notícias (DN), a sua
certeza de que existia uma rede de pedofilia na instituição, confessando que se
arrepende “verdadeiramente” de “não ter feito uma limpeza total” e de ter “mantido
na Casa Pia pessoas” em quem não confiava, e que boicotaram a investigação.
Ainda na opinião da ex-provedora, os condenados neste processo são apenas “um
braço do polvo”.
Em entrevista ao DN, a antiga provedora da Casa Pia de Lisboa,
Catalina Pestana, que ocupou o cargo entre 2002 e 2007, revela que o processo
que envolve a instituição mostrou-lhe “uma parte negra dos humanos que não
conhecia”.
Neste
sentido, reitera não ter qualquer dúvida de que “se tratava de uma rede de
pedofilia”, sublinhando que a mesma tese era defendida pelo Ministério Público
e pela Polícia Judiciária (PJ). Contudo, o caso chega ao final com apenas um
pequeno grupo de condenados, o que não surpreende Catalina Pestana que
considera que “esta é a guarda avançada, o resto da coluna ficou cá fora” ou
“morreu”. Os condenados são apenas “um braço do polvo”, até porque “uma das
suas cabeças [do polvo], morreu”, indica.
A ex-responsável da Casa Pia confessa, por isso, que se arrepende
“verdadeiramente de não ter feito uma limpeza total em 15 dias”, justificando
que “não devia ter mantido na instituição pessoas de quem desconfiava (…) e que
mantive a boicotar a investigação”.
“Deveria
ter reunido com as pessoas e dizer-lhes calmamente que poderia estar a cometer
injustiças, mas que sabia que enquanto lá estivessem, a polícia não iria
conseguir fazer o seu trabalho e investigar”, destaca Catalina Pestana,
especificando que se refere a “pessoal técnico”.
Nesta
entrevista, publicada na edição de hoje do DN, a antiga provedora refere ainda
que teme que o que acontecia na Casa Pia, aconteça em outras instituições com
as características da instituição que liderou.
N. M.
PS: Não seria descabido saber-se por onde anda Teresa Costa Macedo, que foi quem levantou o véu sobre toda a pedofilia que se praticava na "Casa Pia" e que desapareceu desde então.
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