Mais de 40
cidades em Portugal e no estrangeiro vão aderir, no sábado, à manifestação
promovida pelo movimento “Que se lixe a Troika” para pedir “o fim” da
austeridade e do empobrecimento do país.
Alguns
dos subscritores do protesto “Que se lixe a Troika, o povo é quem mais ordena”
realizaram hoje uma conferência de imprensa junto à zona de chegadas do
aeroporto de Lisboa para convidar todos os portugueses a manifestarem o seu
descontentamento no sábado.
“Nós pretendemos pôr fim a este percurso de austeridade e
empobrecimento do país. De facto, só assim é que recuperaremos a dignidade”,
disse aos jornalistas Helena Dias, uma das subscritoras do movimento, que já
convocou a manifestação de 15 de setembro.
A conferência de imprensa, que terminou com a canção “Grândola
Vila Morena”, realizou-se no dia em que a delegação da 'troika' chega a Lisboa
para a sétima avaliação do memorando de entendimento.
“Um relógio parado acerta mais nas horas do que as previsões do
ministro Vitor Gaspar. O desafio e o convite que colocamos é que os portugueses
expressem a 2 de março o seu descontentamento, mas também uma enorme vontade de
parar este rumo e abrir espaço para uma efetiva mudança que sirva os interesses
do povo e a vontade popular”, afirmou outro dos subscritores do movimento, João
Gustavo.
O ativista adiantou que “a austeridade aumenta os problemas e para
resolver os problemas é apresentada mais austeridade”, sendo necessário
“colocar um ponto final neste ciclo vicioso”.
Dois anos de Troika
A manifestação de 2 de março coincide com a presença da delegação
da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário
Internacional) em Lisboa, considerando os subscritores do apelo “Que se lixe a
Troika” ser “o momento oportuno” para também fazer a avaliação ao memorando de
entendimento.
O aumento do desemprego e da dívida pública, a diminuição das
reformas e dos salários, além da queda do Produto Interno Bruto (BIP), são o
resultado de quase dois anos de Troika em Portugal, segundo os subscritores do
movimento.
“Nós queremos no dia 2 de março afirmar a nossa avaliação negativa
à Troika”, sustentou Helena Dias.
Os promotores do protestos dizem também que o dia 2 de março vai
“ficar gravado, de uma forma bastante afirmativa, nas ruas, no chão e nos
ventos deste país que é o povo quem mais ordena”.
A central sindical CGTP e outros movimentos já anunciaram que vão
aderir ao protesto, que em Lisboa vai decorrer entre o Marquês de Pombal e o
Terreiro do Paço.
Os promotores acreditam que vai ser “uma manifestação enorme” nas
várias cidades portuguesas, mas, para já, não fazem comparações com a de 15 de
setembro, considerada uma das maiores realizadas em Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário