António José Seguro disse hoje que Passos Coelho deve “pedir desculpas”
aos portugueses e “abdicar” do corte de mil milhões na despesa.
António José Seguro voltou esta manhã a mostar-se convicto de
que a 'troika' fará uma avaliação política do memorando, revelando que recebeu
ontem de Christine Lagarde, 'chairman' FMI, uma resposta à sua carta.
Durante uma visita ao Salão Internacional do Sector Alimentar
e Bebidas, em Lisboa, o líder socialista disse que, depois da reunião com Durão
Barroso, em Bruxelas, falta agora, apenas, a resposta do BCE à carta que enviou
aos elementos da 'troika' antes da sétima avaliação, que arrancou ontem.
António José Seguro repetiu que a receita de Passos Coelho
"falhou completamente" e exigiu que o primeiro-ministro desista do corte
de quatro mil milhões de euros na despesa (isto é, da reforma do Estado como
está anunciada) e que inverta as políticas, apostando no crescimento económico
e no emprego.
"Mais cortes para quê? O que nós precisamos é de
crescimento, é de emprego", disse.
"O País não aguenta mais austeridade, é impossível,
chegámos ao limite", avisou o líder socialista, dizendo ser
"inaceitável que estejamos a caminho de um milhão de desempregados".
Seguro adiantou que "não é necessário mais tempo para
fazer a mesma política de austeridade" - num recado a Passos e Vítor
Gaspar, que pedem mais um ano para cumprir a meta do défice - e defendeu que
devem ser negociadas politicamente nesta sétima avaliação "as condições do
ajustamento" do programa de assistência financeira a que foi sujeito o
país.
Seguro desafiou ainda o chefe do Executivo a "pedir
desculpas" aos portugueses pelo seu "falhanço", argumentando que
ficou demonstrado que a "política de austeridade não resolveu nenhum
problema".
O PS marcou potestativamente um debate de urgência sobre a
consolidação orçamental e crescimento para esta semana (quinta ou sexta-feira)
e desafiou o primeiro-ministro a estar presente para travar a discussão com
Seguro. Passos ainda não respondeu oficialmente a este desafio mas fonte do Executivo
disse ao Económico que "nunca um primeiro-ministro participou num debate
de urgência", deixando implícita a ideia de que o chefe do Executivo não
estará presente.
Dentro de hora e meia, pelas 12h00, será a vez de Passos
Coelho visitar o Salão Internacional do Sector Alimentar e das Bebidas, depois
de Paulo Portas ter passado pelo evento ontem.
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