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domingo, 24 de fevereiro de 2013

«O HOMEM É UM COMPOSTO»



É corpo e alma, matéria e espírito. Compreende-se, pois, muito bem, que seja necessária uma colaboração estreita entre o cidadão comum e o político. Será possível esta colaboração, com tanta soberba e arrogância por parte dos políticos, que tantas vezes se esquecem que são simples seres humanos?

Aliás, essa colaboração deverá ser a exacta imagem desse complexo sobr o qual ambos tentam – sem êxito a mais das vezes – trabalham.

Há quem afirme que ela só existe realmente durante o curto período de campanha eleitoral, e que logo que, conseguido o voto, se esfuma com o vento que sopra, dando aso a certas reacções psíquicas e até fisiológicas.

Assim, um evitará reduzir tudo, enquanto o outro aprenderá a não considerar apenas as tendências psíquicas. O diagnóstico que emitirem, um e outro, sobre o presente e sobretudo sobre o futuro, lucrará apenas o político, apoiado pelo poder da força adquirida pelo voto.

Ora, é isso que assusta a maior parte da cidadania. Mesmo quando tem uma cultura bastanta vasta, é quase impossível obter a sua submissão.

Nasce, portanto, a revolta, primeiro interior, depois exteriorizada em manifestações públicas, escritas, faladas e, após um minucioso exame, optam pela solicitação de demissão dos que foram eleitos baseando-se em mentiras, em falsas promessas, porque as politicas esperadas ansiosamente, se desvaneceram completamente, coarctando todas as esperanças.

O que agora é a mais pura verdade, para os políticos, logo se transformam em mentira, uma vez que os políticos são como o era e não é, o que de imediato alarma a cidadania.

Os políticos, regra geral, não hesitam em recorrer a vários artifícios, embora dispendiosos, que o povo paga sempre, só para tentarem manter as aparências.

Mas não vêem nenhuma necessidade de submeter ao diagnóstico popular a preguiça mental, a irritabilidade, essa propensão acentuada para a instabilidade de carácter e, sobretudo, essa famosa mentira, que hoje disfarçam com a palavra “inverdade”, acompanhada de cólera, de insolência, de enfado, de rancor e que, contudo, quase sempre é o sinal de uma grave perturbação, que tentam disfarçar através de novas e drásticas medidas de austeridade.

Muitos deles acreditam ainda na todo-poderosa intervenção da vontade, sobretudo estimulada por sanções enérgicas.

Não se pode negar, portanto, nem corpo nem alma. Jamais devemos esquecer o misterioso funcionamento da toda a individualidade humana concreta.

Reconheçamos que a ciência do corpo pode ajudar a compreender o comportamento da alma, e vice-versa, sobretudo nos chamados casos difíceis, cujo carácter mórbido todos admitem à primeira vista, excepto os políticos, que tentam distorcer a realidade.

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