Os habitantes da vila alentejana já receiam que a
canção “Grândola, Vila Morena” seja vulgarizada e perca a força. O alerta surge
depois de a canção que deu o mote para a revolução dos cravos de Abril de 1974
ter sido ouvida em acções de protesto contra vários governantes, escreve esta
quarta-feira o Diário de Notícias (DN).
"Não esgotem a Grândola que ainda podemos
precisar muito dela”, é o aviso que se faz ouvir numa sapataria da vila
alentejana, conta hoje o DN. O proprietário, Celso Nunes, alerta para a
vulgarização da canção que marcou a revolução de Abril de 1974.
“Ainda
vulgarizam o hino à liberdade. É preciso cuidado”, salienta, acrescentando que
“toda a gente o pode cantar, mas isto começa a ser demais e qualquer dia não
representa na“da”.
O antigo emigrante em Paris e dois amigos de longa data, três
grandolenses de gema e assumidos “homens de esquerda”, não aprovam o que chamam
de “histeria colectiva” à volta da mais conhecida canção de Zeca Afonso.
Um
deles, José Pablo, diz mesmo que “se a Grândola for vulgarizada perderá este
interesse de arma política”, criticando quem canta o “hino à liberdade” para
interromper políticos. “Não é este o valor da canção, mas sim o da democracia”,
frisa.
N. M.
PS: Um “hino” jamais se esgota, e «Grândola Vila Morena»
é um verdeiro hino à liberdade do povo português.
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