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sexta-feira, 31 de maio de 2013

«PEDRO E ANÍBAL, CASOS DIFÍCEIS..!»

A tal ponto o são que se acabaria por acreditar que só há portugueses revoltados, devido a todas as medidas implementadas por Pedro e seus lacaios,  de imediato aceites pelo Aníbal.

Dizer-se que são insuportáveis é pouco, e que o digam todos aqueles que, infelizmente deles são vítimas directas.

Repassei a história de Portugal desde a implantação da República, li atentamente o que se seguiu ao 5 de Outubro de 1910. Li bastante sobre a revolução de 20 de Maio de 1926 e, consequentemente, sobre a ditadura militar, à qual se seguiu a ditadura de Salazar, não podendo deixar de ler sobre a Revolução do dia, ou melhor, da madrugada do dia 25 de Abril de 1974, que vivi intensamente.

Li  ainda sobre os governantes e presidentes da República que foram para o poder quando os militares regressaram aos quartéis e, como gosto de ler nas entrelinhas e as subtilezas da história.

E, curiosamente vi-me a mim próprio a traçar um diagnóstico de toda esta doença que ataca o povo português e o próprio país, obrigando-o a uma dieta de emagrecimento que dá origem àquilo que os políticos no poder chamam “doença da indisciplina, mal da revolta”, que actualmente se vive neste velho canto da Lusitânia.

Eis, pois, o diagnóstico, ou parte dele: «castiga-se com forte rigor os cidadãos lusitanos, ambas as partes se obstinam, sobrevém a animosidade crónica entre cidadãos e políticos, o que gera a acrimónia, o rancor, a injustiça e o longo cortejo de exprobações e censuras mútuas. A vida no país torna-se verdadeiramente insustentável.

O cidadão, em tal circunstância, raciocinará assim: “Já que não posso trabalhar no meu país, vou embora para outro”. É a verdade, mas só até certo ponto, até certa idade que lhe permita recomeçar a vida noutro país, enquanto os mais velhos, que trabalharam toda uma vida, se vêm obrigados a manter-se por cá, arcando com todas as responsabilidades, isto é, com todos os cortes nos salários, nas pensões de reforma, nos subsídios de férias e de Natal, aumentos sobre os descontos para os serviços sociais, isto é, a saúde e a vida social propriamente dita.

Ora, não há sistema que resista sem que haja quem trabalhe e o sustente com os descontos mensais, ou seja, a Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações ou a ADSE.

Retrocedendo um pouco, digo e afirmo que quando apareceu alguém que quis dar um empurrão aos cidadãos pretendendo equipará-los ao nível dos restantes países europeus do ponto de vista benefícios e salarial, de imediato o  chamaram de louco que ia dar cabo da economia do país.

Refiro-me, é verdade, a Vasco Gonçalves,  a quem alguns inventaram mesmo uma deterioração mental, sendo prioridade afastá-lo do lugar que ocupava, o de primeiro-ministro do governo provisório.

Fértil em expedientes, um novo partido novo, de velhos deputados à Assembleia Nacional, todos salazaristas, assim como aquele que foi o primeiro presidente da República seguidamente ao 25 de Abril, Spínola, mandou criar um partido político que defendesse os valores do anterior regime, o tal da ditadura, de imediato surgiram os seus homens de mão, que deram corpo ao CDS, hoje estupidamente considerado um dos partidos do “arco da governação”, enquanto aqueles que sempre lutaram contra a ditadura, a tortura, as prisões arbitrárias, as condenações  sem julgamento, a Pide.., eram marginalizados pelos que então dominavam o país.

Psicologicamente, ao menos, tentaram que fosse um partido “deslocado”, que só sobreviveu graças à eterna teimosia, e abençoada ela seja, dos seus quadros que viveram anos na clandestinidade.

Ora, perante tudo isto, como pode pretender-se que Portugal seja um país onde exista a equidade e a igualdade, se o próprio povo, por motivo de falta de conhecimento e de politização, sem uma mentalidade sã e um verdadeiro interesse patriótico – e não digo que seja o único culpado – não evite vender o seu voto a quem pague uns passeios e uns jantares bem regados, como aqueles que lhes são oferecidos durante as épocas da campanhas eleitorais?


OE2013 rectificatif

Aqui te envio o que ainda ai nao esta publicado.
Aquele abraço

=L. A. V.=


Relatório OER2013 rectificatif.pdf
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Mesmo antes de ser “conhecido” publicamente, eis mais um “mamarracho” que, quanto a mim, o Tribunal Constitucional deverá analisar minuciosamente.


Não sei bem se se trata de “mamarracho” ou de “aborto” rectificativo, designado por Orçamento Rectificativo para 2013.

«PENSIONISTAS EM REGIME DE DUODÉCIMOS»


Governante de Passos em campanha pelo PS por engano

O secretário de Estado Pedro Lomba, que foi recentemente nomeado para o Governo, participou numa acção de campanha autárquica do PS, em Belém, noticia o jornal Sol, que adianta que o governante diz ter-se tratado de um engano.


Pedro Lomba, secretário de Estado de Passos Coelho, participou numa acção de pré-campanha do PS à Câmara de Lisboa, em Belém, mas diz que se tratou de um engano. De acordo com o jornal Sol, os socialistas congratulam-se com a presença do governante.


Conta o semanário que o candidato autárquico socialista em Lisboa, Miranda Calha, conseguiu contar com a presença do secretário de Estado Pedro Lomba numa acção de pré-campanha eleitoral. Foi um jantar de apoiantes promovido pelo ex-deputado e actual candidato à freguesia de Belém, realizado no dia 10 de Maio e que ocorreu na Associação Naval de Lisboa.

“Houve participantes de vários quadrantes políticos”, adiantou ao Sol fonte da candidatura.
Pedro Lomba, que foi empossado na última renovação do Governo, nega ser apoiante de Miranda Calha, e fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros explicou ao Sol que o secretário de Estado foi ao Clube Naval, à acção de pré-campanha, sem se aperceber que, na verdade, era um jantar de apoio à candidatura de Miranda da Calha.

N. M.

PS: Eles já nem sabem a quantas andam e, com o seu desnorte, querem manter-se no poder?

"Há maior risco de corrupção com despedimentos na Função Pública"

A ex-ministra das Finanças Ferreira Leite alerta que o “estatuto de não despedimento dos funcionários públicos “não é um privilégio mas um atributo que é necessário existir para que possam defender o interesse público”. Na TVI24, a também ex-líder do PSD argumentou que existe o “enorme perigo de uma maior corrupção” caso a Função Pública perca “esta característica da independência”.
Para Manuela Ferreira Leite, “a possibilidade de os funcionários públicos não poderem ser despedidos não é um privilégio”, quando “tem sido sempre olhado como um privilégio”.

No seu comentário semanal na TVI24, a ex-ministra das Finanças alegou que “a existência de um estatuto de não despedimento na Administração Pública não é um privilégio e o facto de se considerar um privilegio é errado”, porque, vincou, “o objectivo dos funcionários públicos é o interesse público”.

Ferreira Leite sublinhou que se trata não de um privilégio mas de “um atributo que é necessário existir para que seja possível defender o interesse público”, alegando que, ao contrário dos trabalhadores do sector privado que não gozam deste atributo, "os funcionários públicos não têm direito a bónus nem prémios por mérito”, por exemplo.

Na TVI24, a também ex-líder do PSD lançou a questão no ar sobre “qual é que a consequência dos funcionários públicos perderem esta característica da independência”, ou seja, o estatuto de não despedimento, depressa respondendo que, neste cenário, “o perigo de uma maior corrupção é enorme”.

“Se a Função Pública perder a independência corre-se o risco de maior corrupção”, afirmou Ferreira Leite, acrescentando que não sabe se “não se se vai criar um problema maior do que aquele que se quer resolver”.

“Vejo a médio prazo e curto prazo consequências gravosas na Administração Pública” e  “temos de ter cuidado em não abalar as nossas instituições”, defendeu a ex-ministra.

N. M.


«O GOVERNO PERDEU A LEGITIMIDADE»

Visto que usou e abusou da confiança dos cidadãos, é justo que se sinta submetido a um regime de liberdade controlada, condicionada e que, o presidente da República tem a obrigação, em nome do respeito devido aos portugueses, de demitir o actual governo, começando pela dissolução da Assembleia da República.

Se depois achar conveniente, pode também ele demitir-se!

Onde é que já se viu impor taxas – de 6% - aos desempregados? Que respeito tem essa gente pelos portugueses? Será que havia razões para os considerar “traidores à Pátria?” Pelo menos ao povo, deram já mostras suficientes dela, negando e omitindo todas as promessas feitas em campanha, conduzindo a cidadania nacional à fome e à miséria.

É preciso fazê-los compreender que estamos na disposição de lutar seriamente para que saiam seja pela porta dos fundos, seja pela da frente, interessando apenas que vão para o olho da rua.

Torna-se imperioso mostrar a esses senhores que perderam toda a autoridade e, com isso, reduzir as possibilidades, exigindo a sua demissão, da criação de mais medidas de austeridade.

Torna-se também imperioso devolver a palavra aos portugueses para que escolham, com o seu voto, quem querem que os governe e governe o país.

Caros compatriotas. É preciso, urgentemente e de qualquer maneira, informá-los, demonstrar-lhes que não souberam nem foram capazes de dar solução aos problemas essenciais que atormentam os portugueses em geral, pelo contrário, aprofundaram-nos, tratando-nos como se fossemos irracionais.

É necessário mostrar-lhes – aos senhores que se pensam donos de Portugal e dos portugueses – o que lhes é permitido e o que lhes é proibido e, depois dessa demonstração, mandá-los pentear macacos.

Porque se limitam a pensar na cada vez maior e mais ampla austeridade sobre o povo português, com uma espécie de raiva cega, mesmo após terem sido solicitados a debruçar-se sobre os reais problemas que afectam a sociedade em geral, limitando-se a ouvir e tudo fazer ao contrário, com a complacência do senhor Silva de Boliqueime, de lhes mostrar os perigos que corriam ao esticarem demasiado a corda, que pretenderam transformar em “soga”, chegando mesmo a colocar na maioria um humilhante jugo, não tiverem presente, durante mais dois anos que, dentro desse tempo nada fizeram para aliviar a situação geral da cidadania.

Desprovidos de experiência e, portanto, entregues à sua imprudência fenomenal, depois das várias vezes em que, sob a forma de manifestações lhes serem apontados novos caminhos e rumos, limitando-se a proclamar que o país e o governo não podem ligar ao que se passa nas ruas do país, humilhação máxima aos apelos dos portugueses.


Avaliando os esforços dos cidadãos e os desprezo deles, os portugueses só têm uma solução, que é a de exigirem, não mais solicitarem, a demissão rápida de tais almas penadas que se limitam a impor sempre mais e novas medidas de austeridade e mais impostos mesmo e sobretudo sobre os parcos subsídios dos desempregados, como também  de taxas impostas a deficientes de todo o género.

Soares avisa Cavaco: «É bom que deixe de considerar este Governo legítimo»

Ex-chefe de Estado lança duro apelo ao Presidente da República: «Será o responsável pela perda de paciência e de pacifismo»

Mário Soares advertiu o Presidente da República que, se continuar a proteger o Governo, será responsável pela perda de pacifismo e por uma progressiva violência do povo português.

«Pense bem senhor Presidente da República», disse Mário Soares no final da sua intervenção, que abriu a série de discursos da conferência «Libertar Portugal da austeridade» na Aula Magna de Lisboa.

A intervenção do ex-chefe de Estado levantou por diversas vezes a plateia, pondo centenas de pessoas a gritar «demissão, demissão».

Mas a parte mais significativa do discurso de Mário Soares foi quando se dirigiu a Cavaco Silva e lhe fez uma série de avisos: «O Presidente da República tem feito tudo para proteger este Governo, que considera legítimo, mas não é verdade que o seja. Quando o povo, que é quem mais ordena, se manifesta praticamente todos os dias contra um Governo que elegeu com base em falsas promessas, que ignora a Constituição da República, não pode nem deve ser considerado legítimo».

Depois, o ex-Presidente da República advogou que Cavaco Silva poderá vir a ser responsabilizado diretamente se mantiver o atual executivo de coligação em funções: «É bom para todos nós que o senhor Presidente da República deixe de considerar este Governo como legítimo, porque o povo e todas as classes sociais (dos militares às igrejas, passando pelos funcionários públicos) estão contra ele».

«Se continuar [a proteger o Governo], será responsável pela perda de paciência e pacifismo que temos tido até agora e que o povo se torne progressivamente mais violento. Pense senhor Presidente da República nas responsabilidades que lhe serão assacadas», disse.

Mário Soares apelou depois à ação dos portugueses contra «o medo, pela liberdade, pelo diálogo, pela conjugação de vontades», em nome de uma atitude patriótica.

«Austeridade está a levar Portugal para o abismo»

O ex-Presidente da República considerou, ainda, que a política de austeridade da troika está a levar o país ao «desastre e ao abismo», defendendo que é urgente demitir o Governo «incompetente e agarrado» ao poder.

Numa intervenção dura contra o executivo de coligação PSD/CDS, Soares considerou que o património do Estado português está ser vendido «a retalho» por um Governo «incompetente, sem rumo, que ignora as pessoas e cujos ministros não podem sair à rua sem serem vaiados».

Segundo Mário Soares, Portugal está a passar por esta situação «porque o Governo é totalmente incompetente, está agarrado à ideologia neoliberal e à chamada austeridade, que destrói o Estado social, empobrece o povo», numa conjuntura que regista já «mais um milhão de desempregados».
«As pessoas estão desesperadas, sofrendo os cortes sucessivos e anticonstitucionais. A austeridade imposta pela troika está à vista de todos: leva-nos ao desastre se não mesmo ao abismo», sustentou.

Depois, o ex-Presidente da República considerou que a política de austeridade «apenas está a enriquecer os mercados usurários, mercados que hoje dominam os estados e não somente os do sul, a que chama periféricos, mas que nunca foram nem são periféricos».

«Tudo isto faz com que tenhamos de demitir o atual Governo, já que são teimosos e agarrados ao poder, já que são tão indiferentes aos ódios que os portugueses manifestam todos os dias contra eles», acrescentou.

=TVI24=

A língua portuguesa ... - É sempre bom recordar ...

RIQUEZA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para ao palanque e começou o discurso:

"Compatriotas, companheiros, amigos!

Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte.

O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município."

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

- O candidato respondeu:

- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui, a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólatra, ali deitado na esquina.

De imediato, o alcoólatra levanta-se cambaleando e 'dispara':

- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível cultural (hic) seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com toda a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou ... à p... que o pariu!


Disse o  nosso “amigo” Luís de Camões …
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer”.

A interpretação (hoje em dia …):
Ah! Camões, se vivesses hoje em dia, 
tomavas uns antipiréticos, 
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão. 
Compravas um computador, consultavas a Internet 
e descobririas que essas dores que sentias, 
esses calores que te abrasavam
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor, 
mas somente falta de sexo!



M. J. F. 

Os quatro meninos

 

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F. P.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

Portugal



1 - 25 anos de Portugal Europeu ( 543 paginas ....nao passa ; vou ver se posso dividi lo em varias mensagens )
 2 - documento de trabalho e comentarios a este mesmo relatorio
 3 - artigo sobre :Portugal habituou-se a confiar na sorte
 4 - a realidade documentada ( sobre os 25 anos de Piortugal Europeu )


COMENTARIOS AO ESTUDO 25 ANOS DE PORTUGAL EUROPEU.pdf
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L. A. V.

«ENTRE A PARVOÍCE E A IMBECILIDADE POLÍTICAS»

Conhecemos o arco principal do edifício foucaultiano que apresenta, por um lado, o anúncio da morte do homem e, pelo outro, a condenação do humanismo clássico.

Quantos gritos e mal-entendidos, quantos processos de intenção e erros de interpretação, sobre estas duas questões !

Alguns, na maioria anglo-saxónicos e, entre a parvoíce e a imbecilidade, a malevolência ou a asneira sem fundo, colocaram em perspectiva estas duas teses e as misérias do século XX, Auschwitz e Kolyma, Pol Pot e Yunnan.

Fim do sujeito ? Morte do homem ? Condenação do humanismo pelo pensamento ? Ossários, campos de concentração e de extermínio, regimes totalitários e legitimação dos integrismos na história, nada foi portanto poupado ao filósofo em matéria de leituras sumárias limitadas às revistas onde, desde há um certo número de anos, acampam as reflexões ditas autorizadas.

Outras críticas, maais finas, dotadas de melhor argumentação, mas tão desejosas quanto as anteriores de arredar tais pensamentos, a fim de instalar os seus sofás na direcção da história em voga, fustigaram Foucault acerca desses dois pontos, tratando de demonstrar como, com semelhantes opções teóricas, não se podia fundar uma filosofia política, uma teoria do direito, ou até uma simples e pura reivindicação metafísica ou ontológica.

Desaparecido o sujeito clássico, não se pode, evidentemente, nem fundar, nem legitimar, uma ideologia apoiada nas religiões dos direitos do homem e no individualismo liberal.

Em compensação, tendo ficado o lugar bem nítido, pode encarar-se uma nova figura, um novo direito, uma nova filosofia política e até uma nova intersubjectividade.

Ao libertarem-se das antigas categorias, os modernos proibiram-se, infalivelmente, de quaisquer possibilidades de construir uma antiga ordem.

Mas, que interesse teriam em destruir aqui, para reconstruir a mesma coisa acolá ?

Nem Foucault, nem Deleuze, como nietzscheanos esclarecidos, se sacrificam à ética obrigatória da fundação e da legitimação, que dizem mais respeito aos tópicos kantianos.

Na opinião deles, a genealogia, que leva em linha de conta as forças, deve suplantar qualquer construção arquitectónica da razão pura ou prática.

Nem cúmplices, nem verdugos responsáveis pelo sangue derramado neste século, nem kantianos abortados, pela simples razão que deixaram Kant bem para trás, numa vontade deliberada e conjunta de derrubar o platonismo, Deleuze e Foucault formulam simplesmente uma teoria que vale como ruptura epistemológica.

Ela secciona em dois este vigésimo primeiro século, para deixar de um lado os defensores de Apolo debatendo-se com o seu velho mundo e, do outro, os que se sacrificam a Dionísio e se esmeram a cartografar outra realidade, onde a vida e o princípio do prazer não são considerados como nada ou, somente, como quantidades negligenciáveis.


E, daí, por um lado, a parvoíce e, pelo outro, a imbecilidade existentes hoje em dia na esmagadora maioria dos que se arvoram em líderes políticos seja em que canto for do mundo.

Gestores propostos pelo Governo para a Parque Escolar foram chumbados

Um por ter “um percurso profissional assente na rede de contactos pessoais” e outro por evidenciar preferência pela “autovalorização pessoal”.
Nomes foram propostos pela secretária de Estado do Tesouro e pelo ministro da Educação 

A Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CRESAP), criada em 2012 para avaliar gestores públicos e dirigentes do Estado, chumbou dois dos gestores propostos inicialmente pelo Governo para integrarem a administração da Parque Escolar.
Da lista de três nomes enviados pelo executivo a 22 de Abril, a comissão presidida por João Bilhim considerou adequado apenas o perfil do presidente. As propostas partiram do ministro da Educação, Nuno Crato, e da secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, revela o relatório da CRESAP.
De acordo com o documento, os dois vogais propostos inicialmente pelo Governo, Alfredo Vicente Pereira e Nuno Rolo, não reuniam as condições exigidas para assumirem o cargo. O executivo acabou por ter em conta a recomendação dos conselheiros, tendo indicado dois substitutos a 17 de Maio, que receberam parecer favorável.
Trata-se de Montezuma Dumangane e Filipe Alves da Silva, que terão como presidente Luís Flores de Carvalho. A sua nomeação foi oficializada nesta quarta-feira em Diário da República, depois de a nova equipa de gestão ter sido aprovada em Conselho de Ministros, na semana passada.
O relatório da CRESAP explica que, no caso do chumbo a Vicente Pereira, que foi noticiado pelo Expresso na semana passada, a decisão se ficou a dever à impossibilidade de obter “evidências de uma capacidade de gestão em situações de crise”. A comissão destaca o facto de o gestor ter sido vice-presidente da CP e da Refer, com o pelouro financeiro, tendo-se detectado nestas duas empresas a utilização de swaps como forma de financiamento”.
Percurso assente "na exploração de oportunidades"
Revelando que na análise ao perfil de Vicente Pereira, que esteve na Refer em simultâneo com a secretária de Estado do Tesouro (ex-directora financeira da empresa), houve necessidade de realizar uma entrevista pessoal e um teste de competências comportamentais, o documento refere que “a personalidade em causa não deu provas de possuir traços pessoais e profissionais, nem a postura necessária ao conselho de administração da empresa em concreto, a Parque Escolar”.
Numa avaliação mais detalhada às competências do gestor, a CRESAP destaca o facto de ter “um percurso profissional, sobretudo a partir de 2003, muito assente na exploração de oportunidades surgidas através da sua rede de contactos pessoais, ao invés de uma decisão pessoal subordinada a uma linha de desenvolvimento da carreira”.
O relatório diz mesmo que a análise detectou uma “ausência na presença” do critério de “orientação para o cidadão e serviço de interesse público” e que “não há evidência de uma capacidade para gerir processos de complexidade elevada, lidando com resistências e obtendo resultados concretos”.
O teste de competências comportamentais revelou inclusivamente que Vicente Pereira “é frequentemente intolerante com as pessoas menos dotadas” e “pode mostrar-se brusco, crítico, dominador e susceptível de desencorajar ou de causar ressentimento em pessoas com maiores motivações sociais”. O relatório refere ainda que “apresenta normas gerais de conduta que não concretizam em nada possíveis linhas orientadoras da gestão da Parque Escolar”.

Vicente Pereira foi administrador da Refer, tendo passada para a CP a meio do mandato, onde chegou a ser presidente interino desde Janeiro deste ano, logo após a saída de José Benoliel. Mas ficaria subitamente desempregado quando a nova equipa de Manuel Queiró tomou posse, em Fevereiro deste ano.

Nessa altura, Vicente Pereira pediu a Queiró se podia ser presidente da EMEF, uma participada da CP, tendo obtido o acordo do novo presidente.

Só que a tutela tinha reservada para as empresas afiliadas a figura de um director-geral, recrutado dentro dos quadros do grupo CP, pelo que Vicente Pereira acabaria por sair mesmo da CP.

Ausência de gestão de topo e autovalorização pessoal

Já no caso de Nuno Rolo, antigo director de Recursos Humanos do Instituto Superior Técnico e que também foi chamado para uma entrevista que incluiu um teste de competências comportamentais, a CRESAP justifica o chumbo com o facto de ser “um perfil caracterizado pelo desempenho de cargos e de actividades de staff e com uma pequena experiência de quatro anos de gestão intermédia, claramente insuficiente para o exercício de cargos de topo”.
No documento, lê-se que tem um percurso profissional “demasiado fragmentado (…) não sendo claro a conclusão e os resultados obtidos em cada um dos cargos exercidos, bem como a razão para essas mudanças”. A CRESAP, que diz ter recebido a 29 de Abril uma segunda versão do currículo do gestor com mais informação, destaca que “não há evidência de um gosto pelo trabalho em equipa”, mas sim uma preferência pela “autovalorização pessoal, nomeadamente através da prestações de informações não totalmente precisas, nem claras”.
A comissão detectou algumas incongruências no currículo do gestor, nomeadamente o facto de ter referido que foi “assessor jurídico do conselho de gestão do Instituto Superior Técnico”, quando se veio a verificar que era um dos três juristas (supervisionados por um coordenador) do gabinete jurídico da instituição.
No que diz respeito à aptidão para o cargo de vogal da Parque Escolar, o relatório conclui que Nuno Rolo “não aprofunda a componente de gestão, referindo mesmo a necessidade de recorrer a advogados externos”. 
=Público=

Europa financiou alcatrão que dava para ligar Lisboa a Nova Deli por estrada

A execução dos fundos estruturais e de coesão mudou a "cara" do País em diversas áreas, com a rede de estradas na cabeça da lista. Ensino, saúde, agricultura e pescas também beneficiaram com os dinheiros comunitários


Exatamente 9468 quilómetros de novos troços de estrada; 2353 quilómetros de via férrea; Ponte Vasco da Gama; cinco novos estádios de futebol; construção de raiz de nove hospitais, 662 estabelecimentos de ensino e 248 estações de tratamento de águas residuais; cursos de formação profissional dados a mais de um milhão de jovens; introdução do Cartão de Utente do Serviço Nacional de Saúde... É longa a lista do que "nasceu" em Portugal nas últimas duas décadas com o apoio do dinheiro comunitário.

No âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), cuja finalidade é a ajuda para o desenvolvimento económico das regiões mais deprimidas da União Europeia, Portugal foi alvo de um forte investimento nas infraestruturas de transportes, com as autoestradas e itinerários principais e complementares a assumirem o grande protagonismo. O alcatrão que se foi espalhando pelo País daria para ligar Lisboa à Índia, ou percorrer 16 vezes e meia Portugal, de norte a sul (557 km de comprimento).

Com a ajuda do Feder, a principal e a maior autoestrada do País, que liga Lisboa ao Porto (A1), conseguiu ser finalizada, três décadas depois de o primeiro troço, entre a capital e Vila Franca de Xira, ter sido inaugurado por Oliveira Salazar, em 1961. Cavaco Silva inaugurou a última parte do trajeto - 86,5 km entre Torres Novas e Condeixa - em 1991.

A2, A5, A6, A8, A10, A16, A23, A33, A39, A44... A quantidade de autoestradas, de itinerários principais e complementares construídas com recurso aos fundos tornaram Portugal o país da Europa com mais autoestradas per capita. E há tamanhos para todos os "gostos", desde os 303 km da A1 até aos três quilómetros da VRI (Via Regional Interior), a mais curta, que liga o Aeroporto Francisco Sá Carneiro a Custoias.

Ainda no domínio das acessibilidades, o Metropolitano de Lisboa expandiu a rede de 12 para 40 quilómetros e no Porto a rede cresceu de 12 para 66 quilómetros. Na via férrea, foram construídos e reabilitados um total de 2353 quilómetros (quase tantos como o trajeto entre Lisboa e Roma). Os aeroportos Sá Carneiro e de Faro, assim como oito portos nacionais, sofreram intervenções de beneficiação.

Mas não só de alcatrão e carris se apetrechou o País com o recurso aos fundos estruturais. O ensino, a saúde e o saneamento básico foram áreas de intervenção de grande relevo. Em termos de infraestruturas relacionadas com a qualificação dos recursos humanos, salienta-se a construção de 662 estabelecimentos de ensino, a reabilitação de mais de três centenas de escolas de ensino básico e secundário e, ao nível do ensino superior, de mais de 400 mil metros quadrados de área bruta de construção (o equivalente a três centros comerciais Colombo) que viabilizaram uma capacidade adicional de 47 mil alunos.

Os hospitais Amadora-Sintra, o de Leiria, de Matosinhos e de Ponta Delgada foram erguidos com os euros do Feder. Ainda na saúde, tiveram intervenção 39 centros de saúde, 22 dos quais construídos de raiz.

No domínio da atividade empresarial, a maior contribuição registou-se entre 2000-2006, com o apoio a cerca de 12 mil empresas, das quais 76% eram PME. Entre 2007 e 2011, há referência a ajudas diretas a 775 empresas.

O saneamento básico, sustentado pelo Feder, também chegou à maioria das regiões portuguesas. Logo no I Quadro Comunitário de Apoio (1989-1993) registou-se a construção e reabilitação de 4116 quilómetros de redes e condutas de distribuição de água, 248 estações de tratamento de águas residuais e dez aterros sanitários.

O futebol, nomeadamente o Campeonato da Europa de 2004, também está ligado ao financiamento comunitário. As autarquias recorreram ao Feder para tornar possível a construção de novos estádios - Algarve, Aveiro, Leiria, Braga e Coimbra -, que atualmente dão um prejuízo mensal às respetivas câmaras na ordem dos cinco milhões de euros cada.

Os cursos do Fundo Social Europeu

Serão poucos os portugueses, agora adultos, que não tenham frequentado um curso profissional subsidiado pelo Fundo Social Europeu (FSE). O investimento no País apoiado por este fundo ascendeu a cerca de 26 mil milhões de euros que foram aplicados em cursos de formação e educação de adultos, realização de estágios profissionais e curriculares, formação específica na área das tecnologias de informação e comunicação.

No âmbito do I Quadro Comunitário de Apoio (1989-1993), o número de participantes em ações de formação ultrapassou um milhão e foram concedidas mais de duas mil bolsas de investigação. Entre 2000 e 2006 o número de formandos jovens foi de cem mil por ano, já os adultos abrangidos rondam os 590 mil por ano.

Desenvolvimento rural

O País rural - sobretudo a norte e no Alentejo - também mudou de "cara" com base no financiamento europeu, através do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), que fez entrar em Portugal 11 mil milhões de euros (mais dez mil milhões de contrapartida pública e privada).

Os apoios destinados à modernização e diversificação das explorações agrícolas absorveram praticamente metade deste fundo. Mais de cem mil hectares de área de regadio, cerca de 34 mil hectares de novas plantações, 65 mil hectares de área florestal arborizada, modernização de mais de três mil explorações agrícolas, instalação de mais de cinco mil jovens agricultores são algumas das referências no âmbito do FEOGA.

Pescas e o abate de barcos

Como estatuto de "obsoletas", 712 embarcações de pesca foram demolidas entre 1994 e 2006. No âmbito do projeto de renovação da frota de pescas, os donos dos barcos demolidos receberam um subsídio e, em muitos casos, candidataram-se ao financiamento para a compra de um novo barco. O abate das embarcações foi uma das ações proporcionadas pelo Instrumento Financeiro de Orientação de Pescas (IFOP) e pelo Fundo Europeus de Pescas (FEP), que originou um financiamento de dois mil milhões de euros. Por 712 embarcações demolidas surgiram 438 novas.

Vasco Gama ganha com Fundo de Coesão

A rede de transportes voltou a ser uma das áreas mais beneficiadas pelo Fundo de Coesão, através do qual foi investido no País um total de 12 mil milhões de euros, nove mil milhões dos quais da UE. A Ponte Vasco da Gama absorveu o mais elevado incentivo, cerca de 300 milhões de euros. A ampliação do aeroporto do Funchal, as ligações do metro entre Baixa-Chiado e Santa Apolónia e entre a Gare do Oriente e aeroporto, o financiamento da Metro do Porto, a ampliação da CRIL e da CREL são algumas das intervenções no âmbito do Fundo de Coesão.

=L. A. V.=

PS : Como se pode ver, houve uma péssima gestão dos fundos, com  os quais alguns se «governaram» e gozam hoje enquanto o povo vive na miséria e na fome.

Deram cabo da nossa agricultura e das nossas pescas e ainda se permitem concordar com cada vez mais cortes nos limitados salários dos portugueses.

O enriquecimento de alguns contrasta tristemente com o empobrecimento da esmagadora maioria do povo.

Será que os tribunais não podem julgar os « infractores ? »