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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Patriotismo e indignação social


Na sociedade portuguesa, instalada na complacência e no “deixa andar”, a indiferença impõe-se de modo quase imperceptível enquanto sopra a aura de bem-estar material.

As pessoas vão enchendo os depósitos de combustível, o necessário para o carro andar, e o consumo mantém-se, e só querem que não as aborreçam.

Mas, quando os ventos são ciclónicos – como acontece agora – a indiferença torna-se indignação e aumenta o mal-estar social.

O desprestígio do sistema político originado pela espiral tóxica da política espectáculo e a “tirania” dos meios, tem muito a ver com o que se vive e se passa.

Também a obsessão pelo imediatismo nos converte em muito impacientes e intolerantes face ás adversidades.

Uma monstruosa núvem de indignação nacional paira sobre Portugal desde há uns anos.

Em 2009 falava-se em nome da dignidade nacional, expressando o mal-estar social nacional, após anos de progressiva desafeição a Portugal, pois tudo era União Europeia, moeda única, competitividade, valor acrescentado e, comparações descabidas com outros países da U.E.

Qualquer governo cairia… e, devido à sua queda desencadear-se-ia uma campanha contra qualquer proposta governamental, haveria grandes manifestações de “gente à rasca” às quais todos ou quase todos adeririam.

O tom de voz popular subiria de tom, como subiria a indignação colectiva, o que faria preludiar a derrota dum governo sem rumo certo…

E naquele clamor massivo, todos caberíamos… todos menos aqueles que queriam tomar conta do lugar que se abriria, porque esses tinham originado a tal núvem tóxica de animadiversão, que feria a nossa dignidade de portugueses de bem.

Mas, uma vez criado um novo panorama político nacional, as coisas acalmariam.

Agora há indignação social e, para a enfrentar, os nossos governantes recolhem o dedo acusador contra os que tanto nos humilharam.

Será tão português que faça da necessidade virtude..?

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