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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

«Justiça brincalhona…»


Começo por citar um amigo, que diz: “quando alguém, em Portugal, acreditar que algum político será metido na cadeia, deve fazer um exame rigoroso em psiquiatria, pois não está bom da mona”.

Ao que parece, tem toda a razão e a justiça em Portugal anda a brincar com a cidadania, oferecendo-lhe espectáculos degradantes, que levam a um cada vez maior descrédito.

Não discuto as formalidades legais, não sou advogado, nem tão-pouco os métodos utilizados, nem muito menos sou dos que afirmam que este ou aquele deveria ser detido e cumprir a pena que lhe for aplicada em tribunal.

Mas é feio e até paradoxal que um juíz tenha tomado a decisão de mandar deter o autarca de Oeiras, Isaltino Morais e, no dia seguinte, os seus advogados apresentarem um »habeas corpus» que o coloca de novo em liberdade, pensando talvez mover um processo por danos morais ao juíz. Penso que estará no seu direito.

Há, efectivamente, quem devesse estar na prisão e não está, porque se dedicam a interpôr recursos, uns atrás dos outros, fazendo arrastar ‘ad eternum’ a justiça e as suas penas, para gáudio das carteiras dos advogados. As penas esfumam-se com o vento que passa..!

Não se compreende que haja pessoas que se candidatam ou recandidatam depois de serem pronunciadas em tribunal, perdendo a confiança dos seus partidos, como tem sido os casos, vários casos no país onde a corrupção e as “brincadeiras” são demasiado importantes para que possamos crer numa justiça séria.

Publicamente, há os políticos que afirmam terem falado de mais, e há aqueles que gozam com a dignidade dos cidadãos, havendo cidadãos que mais parecem mazoquistas e defendem quem, alegadamente os roubou.

Razão tem o Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, quando afirma “não haver quem saia da política de mãos limpas”, dizendo eu que, ao que parece, “permanecem na política os mãos sujas”, e “combata-se o enriquecimento ilícito”, como recentemente foi aprovado na Assembleia da República.

Todavia, penso que nem isso passa passa de mero espectáculo, de mais um dos muitos episódios que os políticos gostam de nos presentear em tempo de profunda crise social.

Portugal tornou-se num verdadeiro manancial de casos – nunca mais acabam – que nos obrigam a pagar o que não devemos, precisamente devido a todos os espectáculos com que nos mimam diariamente.

Interessa, isso sim, fazer retroceder e acabar com os direitos dos cidadãos, impondo um nível de vida impossível, para muitos, de suportar.

Como diria outro amigo: “E o resto… é rambóia!”.

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