Começo por citar um amigo, que diz:
“quando alguém, em Portugal, acreditar que algum político será metido na
cadeia, deve fazer um exame rigoroso em psiquiatria, pois não está bom da
mona”.
Ao que parece, tem toda a razão e a justiça
em Portugal anda a brincar com a cidadania, oferecendo-lhe espectáculos
degradantes, que levam a um cada vez maior descrédito.
Não discuto as formalidades legais,
não sou advogado, nem tão-pouco os métodos utilizados, nem muito menos sou dos
que afirmam que este ou aquele deveria ser detido e cumprir a pena que lhe for
aplicada em tribunal.
Mas é feio e até paradoxal que um
juíz tenha tomado a decisão de mandar deter o autarca de Oeiras, Isaltino
Morais e, no dia seguinte, os seus advogados apresentarem um »habeas corpus»
que o coloca de novo em liberdade, pensando talvez mover um processo por danos
morais ao juíz. Penso que estará no seu direito.
Há, efectivamente, quem devesse estar
na prisão e não está, porque se dedicam a interpôr recursos, uns atrás dos
outros, fazendo arrastar ‘ad eternum’ a justiça e as suas penas, para gáudio
das carteiras dos advogados. As penas esfumam-se com o vento que passa..!
Não se compreende que haja pessoas
que se candidatam ou recandidatam depois de serem pronunciadas em tribunal,
perdendo a confiança dos seus partidos, como tem sido os casos, vários casos no
país onde a corrupção e as “brincadeiras” são demasiado importantes para que
possamos crer numa justiça séria.
Publicamente, há os políticos que
afirmam terem falado de mais, e há aqueles que gozam com a dignidade dos
cidadãos, havendo cidadãos que mais parecem mazoquistas e defendem quem,
alegadamente os roubou.
Razão tem o Cardeal Patriarca, D.
José Policarpo, quando afirma “não haver quem saia da política de mãos limpas”,
dizendo eu que, ao que parece, “permanecem na política os mãos sujas”, e
“combata-se o enriquecimento ilícito”, como recentemente foi aprovado na
Assembleia da República.
Todavia, penso que nem isso passa
passa de mero espectáculo, de mais um dos muitos episódios que os políticos
gostam de nos presentear em tempo de profunda crise social.
Portugal tornou-se num verdadeiro
manancial de casos – nunca mais acabam – que nos obrigam a pagar o que não
devemos, precisamente devido a todos os espectáculos com que nos mimam
diariamente.
Interessa, isso sim, fazer retroceder
e acabar com os direitos dos cidadãos, impondo um nível de vida impossível,
para muitos, de suportar.
Como diria outro amigo: “E o resto… é
rambóia!”.
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