Paulo Rangel afirma que o objectivo dos deputados que elaboraram a lei
de limitação de mandatos dos autarcas era criar um impedimento geral, e não
apenas na câmara onde já foram cumpridos três mandatos.
Os tribunais poderão tirar os
mandatos de Fernando Seara e Luís Filipe Menezes nas câmaras de Lisboa e Porto,
respectivamente, avisa o social-democrata Paulo Rangel em declarações ao
programa “Em Nome da Lei” da Renascença.
Em causa está o
facto de os dois candidatos do PSD às principais autarquias do país terem já
cumprido três mandatos noutras câmaras e de voltarem a concorrer nas eleições
marcadas para Outubro deste ano.
Paulo Rangel, que foi
um dos negociadores da lei da limitação de mandatos dos autarcas, defende que,
embora o diploma não o diga expressamente, o objectivo do legislador era impor
uma limitação geral de três mandatos.
O eurodeputado alerta que essa pode muito bem ser a interpretação dos tribunais, se vierem a ser concretizadas as ameaças de impugnação já feitas: “Acho que isso é um risco que pode acontecer e não só eu. Até algumas pessoas que vão ser candidatas a outras autarquias, ouvi eu em conselho nacional do PSD pedirem por tudo, que é aquilo que eu peço”.
O eurodeputado alerta que essa pode muito bem ser a interpretação dos tribunais, se vierem a ser concretizadas as ameaças de impugnação já feitas: “Acho que isso é um risco que pode acontecer e não só eu. Até algumas pessoas que vão ser candidatas a outras autarquias, ouvi eu em conselho nacional do PSD pedirem por tudo, que é aquilo que eu peço”.
“Uma coisa é a minha
concepção política, a concepção jurídica eu acho que aqui há dúvidas. O que eu
defendo é que haja um esclarecimento, ou para um lado ou para o outro”,
sublinha.
Passos Coelho foi
alertado para o risco de serem chumbadas em tribunal as recandidaturas de
autarcas que já atingiram o limite de mandatos noutras câmaras. Paulo Rangel
diz que o líder do seu partido deveria ter seguido o exemplo do líder do PS,
António José Seguro, que não permite candidaturas nessas circunstâncias.
Como não o fez,resta-lhe fazer uma rectificação à lei se quiser evitar que a questão seja
resolvida pelos tribunais, refere, "apesar de politicamente achar que
é uma má solução".
A Lei da limitação de
mandatos pode “contaminar todo o debate” autárquico, adverte Paulo Rangel, se
não houver uma clarificação da lei.
O eurodeputado
insiste que a ideia do legislador era criar um impedimento geral e não apenas
na autarquia onde já foram cumpridos três mandatos. O eurodeputado
social-democrata defende que, sobretudo nas grandes cidade, é evidente que
assim como os autarcas mudam para a Câmara ao lado, também as clientelas se
deslocam.
As redes clientelares
não têm fronteiras, defende também Manuel Meirinho no programa “Em Nome
da Lei” da Renascença.
O politólogo diz que
é real o perigo dos objectivos, de combate à corrupção e ao caciquismo, da lei
da limitação de mandatos ficarem na prática completamente desvirtuados,
sobretudo em autarquias vizinhas.
Este é um excerto do
programa “Em Nome da Lei”, que é transmitido este sábado, depois do meio-dia,
na antena da Renascença.
O debate é moderado pela jornalista Marina Pimentel.
"Renasceça"
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