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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

«DOS TABUS AO ASSÉDIO SEXUAL»


O exercício da vontade depende das mesmas leis. Não há vida moral um tanto elevada, sem uma certa dose de sacrifícios, embora quem os exija ainda, não possa merecer a consideração da cidadania nacional.

Agora critica-se o presidente da República por não vir a terreno, isto é, às televisões, falar contra quem canta “Grândola Vila Morena” quando um ministro se prepara para falar, ou iniciou mesmo mais um discurso mentiroso sobre qualquer assunto.

Terão ficado chocados por terem sido recordados de “que é o povo quem mais ordena – talvez no seu entender devessem dizer, cantando, quem mais ordenha “ – o que, longe de tornar a vida mais difícil aos políticos, a torna muito mais fácil, dificultando-a cada vez mais ao povo.

Deveriam criticar o presidente da república quando promulga leis lesivas dos direitos da cidadania, que impõem mais e mais cortes e impostos, por vezes encapotados, que redundam em cada vez mais miséria vivida pela cidadania nacional, sem que falem, sem que digam algo em favor dos eternos sacrificados, como são os portugueses.

Não! Aos políticos, no seu entender de “politólogos da treta”, o povo deve tudo aceitar, sempre submisso e subjugado pelos políticos e capitalistas, a quem obedecem cegamente, mantendo a cidadania  na miséria e na fome.

Desde que entrou pela porta grande na política, na Figueira da Foz, que D. Aníbal de Boliqueime, o senhor Silva usa de tabus, por vezes com eles prejudicando os cidadãos, sem que os que hoje o criticam decidam abrir a boca em defesa dos oprimidos.

Houve já quem comparasse o senhor Silva à raínha Santa isabel, que, quando interpelada pelo seu esposo D. Dinis, levando no seu regaço pão para distribuir pelos pobres, respondeu tratar-se de «rosas», abrindo o avental no qual, efectivamente havia belas rosas, razão pela qual ficou então conhecida como  a Raínha Santa, uma vez que o p~´ao- que hoje negam aos cidadãos – se transformou, por decisão divina, nessas belas flores.

Esperam que o senhor Silva faça também ele um milagre? Qual deles? O de incentivar a que se silenciem os cidadãos e que os políticos mais aldrabões da história da democracia lusitana, ou seja, desde a gloriosa Revolução dos Cravos?

Os portugueses têm aguentado todo o mal que lhes tem sido dispensado, não tem tido “advogados de defesa”, mas conseguiu “advogados de acusação”, como se efectivamente sejam os culpados pela situação de miséria extrema, de falta de empregos, de falta de meios de subsistência, de autonomia e de progresso social.

Lastimam-se os politólogos do comportamento desses sacrificados jovens irreverentes, qualidade própria da juventude, mas sobre a dignidade humana, sobre os direitos humanos preferem abster-se também ruidosamente, talvez pedindo ainda aplausos.

Consideram, erradamente, que os jovens estão a agir com indisciplina, sem qualquer consideração pelos políticos que mentem e roubam os cidadãos, sendo que a juventude é, talvez e em conjunto com os mais velhos, os grandes lesados, as grandes vítimas dessas miseráveis políticas que colocam em prática.

 Quando às convicções religiosas, mais que as outras, devem permanecer vivas e actuantes, ou, pelo contrário, deverão esmorecer com os exemplos, que só alguns criticam, vindos de altos dignitários da Igreja Católica, que por vezes se mistura á política e aos políticos, dando a entender que navegam senão no mesmo barco, em naus muito similares.

Se a missa, a comunhão e a confissão não são mais que ritos exteriores, vazios de substância,aos quais se submete hipocritamente um bom número de políticos, de má vontade é certo, mas para se fazerem ver pelo grande público, se nem mesmo se tem muita consciência da eminente dignidade que o estado de graça confere, para participar dessa vida divina, não se sabe reprimir os maus desejos nem os piores instintos, como se deseja alcançar aquela plenitude religiosa que, somente ela, vale alguma coisa?

Infelizmente, Portugal centra as suas mais elevadas atenções no faz de conta que nas realidades miseráveis às quais sujeitam o nobre povo português. 

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