A casa, consultório e gabinete do responsável
pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria e professor
catedrático na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Mário Andrea,
foram alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ), que apreendeu material
informático e requereu informação bancária por alegada suspeita de crimes de
peculato e abuso de poder.
Um ‘conhecido’ médico do Hospital de Santa Maria foi ontem
(quarta-feira) alvo de buscas da PJ. Trata-se de Mário Andrea, professor catedrático
na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e director do Serviço de
Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria.
Conta o JN que este processo
está sob a tutela do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de
Lisboa e as investigações a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção.
O
Diário de Notícias (DN), citando uma fonte próxima desta investigação,
acrescenta que em causa pode estar o favorecimento nas listas de espera de
actores, cantores e outras personalidades da sociedade, bem como a entrada da
sua filha nos quadros do hospital.
No âmbito das buscas à casa, consultório e gabinete do clínico, a
PJ requereu informação bancária e apreendeu conteúdo dos computadores.
Contactado pelo JN, o médico
Mário Andrea disse desconhecer “o que está por detrás” da investigação, mas
confessou que a denúncia “deve vir de colegas” que ambicionam o seu lugar.
O JN recorda que já em 2009,
sete dos dez médicos do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa
Maria assinaram um documento no qual denunciavam práticas ilegais por parte de
Mário Andrea, nomeadamente o prolongamento de cirurgias para gravar imagens,
sem o consentimento dos doentes, para serem apresentadas em congressos. Os
clínicos acusavam-no ainda de dar prioridade no bloco operatório a pessoas da
sua esfera pessoal.
O médico catedrático, que na
altura desmentiu as acusações, lembra agora que foi ilibado pela Ordem dos
Médicos e pela administração do Hospital de Santa Maria.
N. M.
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