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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

"Álvaro não tem competências, Gaspar não está interessado e Passos não tem tempo"


Um ano depois de ter assinado o acordo de concertação social, o líder da UGT, João Proença, considera que “valeu a pena” mas, em declarações ao Jornal de Negócios, mostra-se muito crítico do Governo, nomeadamente pela falta de coordenação económica. O que não preocupa “minimamente” o ministro das Finanças, o que Álvaro Santos Pereira não tem “competências” para resolver e que o primeiro-ministro “não tem tempo para coordenar”, entende o sindicalista.
Apesar de fazer uma avaliação positiva do acordo de concertação social assinado há um ano, considerando que “trouxe a possibilidade de participação activa na definição de políticas e (…) um clima de diálogo social, que diminuiu a conflitualidade em Portugal”, o líder da UGT não deixa de apontar o dedo ao Governo.

Numa iniciativa do Jornal de Negócios, hoje publicada, João Proença afirma que o Executivo “pecou na área laboral e ignorou as matérias da área económica em sede de concertação, nomeadamente com os parceiros sociais”. Também “na área do emprego e formação houve um grande autismo do Governo que fez com que (…) se resumisse a discussão à informação e consulta”.

Na opinião do líder da UGT, o problema de fundo é a falta de coordenação económica. E nesta matéria, João Proença é especialmente crítico à acção do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmando que o governante “acha que todos os problemas económicos e de crescimento se resolvem quando se corrigem os desequilíbrios nas contas públicas” e “não está minimamente preocupado com as políticas de crescimento do emprego, nem com a coordenação das políticas económicas”.

E, acrescenta o sindicalista, neste plano o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, “não tem competências e capacidade para as coordenar”, enquanto, o primeiro-ministro, Passos Coelho, apesar do “empenho” não “tem tempo”.

João Proença considera, por isso, que “há um total divórcio entre a área das Finanças e a área da Economia”.
N. M.


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