Um ano depois de ter
assinado o acordo de concertação social, o líder da UGT, João Proença,
considera que “valeu a pena” mas, em declarações ao Jornal de Negócios,
mostra-se muito crítico do Governo, nomeadamente pela falta de coordenação
económica. O que não preocupa “minimamente” o ministro das Finanças, o que
Álvaro Santos Pereira não tem “competências” para resolver e que o
primeiro-ministro “não tem tempo para coordenar”, entende o sindicalista.
Apesar de
fazer uma avaliação positiva do acordo de concertação social assinado há um
ano, considerando que “trouxe a possibilidade de participação activa na
definição de políticas e (…) um clima de diálogo social, que diminuiu a
conflitualidade em Portugal”, o líder da UGT não deixa de apontar o dedo ao
Governo.
Numa iniciativa do Jornal de
Negócios, hoje publicada, João Proença afirma que o Executivo “pecou na área
laboral e ignorou as matérias da área económica em sede de concertação,
nomeadamente com os parceiros sociais”. Também “na área do emprego e formação
houve um grande autismo do Governo que fez com que (…) se resumisse a discussão
à informação e consulta”.
Na
opinião do líder da UGT, o problema de fundo é a falta de coordenação
económica. E nesta matéria, João Proença é especialmente crítico à acção do
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmando que o governante “acha que todos
os problemas económicos e de crescimento se resolvem quando se corrigem os
desequilíbrios nas contas públicas” e “não está minimamente preocupado com as
políticas de crescimento do emprego, nem com a coordenação das políticas
económicas”.
E,
acrescenta o sindicalista, neste plano o ministro da Economia, Álvaro Santos
Pereira, “não tem competências e capacidade para as coordenar”, enquanto, o
primeiro-ministro, Passos Coelho, apesar do “empenho” não “tem tempo”.
João
Proença considera, por isso, que “há um total divórcio entre a área das
Finanças e a área da Economia”.
N. M.
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