Na doença de Alzheimer
produz-se uma atrofia cerebral progressiva, bilateral e difusa, que começa nas
regiões médias temporais para afectar seguidamente o neocortex, sobretudo o
temporal parietal e frontal.
Produzem-se a lesão e posterior
destruição dos neurónios (células cerebrais) em relação com o aparecimento de
depósitos insolúveis, extra como intracelulares.
O elemento fundamental
dos depósitos extracelulares é a proteína beta-amilóide, que forma redes e se
agrega, constituindo as placas difusas e outras – neuríticas – estas últimas
com um denso núcleo.
Mas, na doença de
Alzheimer, predomina a excisão consecutiva da proteína percursora da
beta-amilóide imunopositiva.
Os dez sinais de alarme
da doença de Alzheimer, podem pôr-nos em guarda ao sugerir-nos que uma pessoa
talvez esteja a iniciar a doença, inicialmente incidiosa.
Deve recorrer-se a um
médico logo que surja a perda de memória, especialmente a recente.
O paciente não se lembra
onde deixou as coisas, incluindo objectos de valor, esquece recados ou
encontros, deixa as torneiras abertas e o fogão ligado, não recorda as pessoas
que acaba de conhecer nem é capaz de aprender a manejar os novos
electrodomésticos.
·
Perda de
memória que afecta a capacidade laboral.
·
Dificuldade para
levar a cabo tarefas familiares.
·
Problemas da
linguagem.
·
Desorientação
no tempo e no espaço.
·
Juízo pobre e
diminuído.
·
Problemas com
o pensamento abstracto.
·
Coisas
colocadas em lugares errados.
·
Alterações no
humor ou do comportamento.
·
Alterações da
personalidade.
·
Perda da
iniciativa.
Repete uma e outra vez as
mesmas coisas e faz, uma e outra vez as mesmas perguntas, sentindo dificuldades
para encontrar a palavra adequada numa conversação.
O rendimento laboral é
cada vez mais pobre e começa, mais adiante, a apresentar ideias delirantes,
culpando os familiares de lhe esconderem, ou lhe roubarem, as coisas.
Subitamente, o seu
aspecto deixa de o preocupar e, cada vez mais, custa-lhe mais seguir uma
conversação ficando, frequentemente, sem saber o que queria dizer. Começa a
retrair-se, tendendo a deixar de sair e a abandonar os seus hábitos sociais e
higiénicos. Surgem episódios de desorientação, que inicialmente se referem
apenas aos lugares menos conhecidos.
A sua percepção da
realidade é cada vez mais pobre e o quadro evolui já rapidamente para a
demência grave. Sente, então, dificuldades para se vestir, lavar-se, manusear
os talheres, dorme mal, está hiperactivo sem finalidade determinada; surge a
incontinência urinária na cama.
Podem aparecer crises
epilépticas e o paciente caminha agora lentamente, com o tronco flectido. Urina
e defeca em lugares impróprios, emite apenas algumas palavras ininteligíveis e
tem intensos transtornos do sono e do comportamento. Finalmente não consegue
andar e comunicar em absoluto, vindo a falecer devido a processos
intercorrentes, úlceras por pressão que se infectam, pneumonia…
O Cuidador
A pessoa que cuida de um
paciente com doença de Alzheimer deve, por sua vez, ter em atenção a
necessidade do treino psicoeducativo completo, o que é benéfico para ele, e
prolongar a manutenção da sua dedicação.
Estes cuidados
conseguem-se junto de grupos de apoio que aconselharão a sua própria libertação
mediante breves internamentos do paciente em instituições adequadas, o que
favorece também o seu bom estado físico e psíquico e aumenta as suas
possibilidades de continuar nas suas funções.
Podem ser também de
grande utilidade o uso de redes informáticas para facilitar formação e apoio
aos cuidadores e programas de apoio telefónico.
Para reduzirem os
transtornos de comportamento do paciente, os cuidadores devem usar música suave
que lhe agrade, o que reduz a agitação, as agressões e as alterações do ânimo
em várias situações quotidianas, entre elas as refeições e o banho.
O passeio e outras formas
de exercício ligeiro, têm também efeitos positivos, como reduzir o vagabundeio,
a agressividade e a agitação.
O uso de massagens tem
dado até agora resultados contraditórios, ainda que a massagem com substâncias
aromáticas agradáveis – a chamada aromaterapia – demonstrou reduzir a agitação.
A terapia com animais de
companhia – particularmente os cães -
pode melhorar a sociabilidade do paciente, e a activação psicomotora
pode melhorar a capacidade cognitiva, mas também aumentar o comportamento
agressivo e negativo.
Alguns pacientes podem
beneficiar com as terapias de presença simulada, com o uso de vídeos ou de
áudio com imagens e som precedentes de familiares.
J. A.
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