A
resignação do Papa Bento XVI apanhou o Mundo, dentro e fora do Vaticano, de
surpresa. Mas, o Diário de Notícias (DN), recorda esta terça-feira alguns
sinais que o pontífice deu e que deixavam transparecer o seu cansaço.
A possibilidade de abandonar o Vaticano já tinha
sido equacionada há dois anos, revela quem seguia o Papa mais de perto. Mas,
mais recentemente, há cerca de dez dias, em plena missa, Bento XVI deixou cair
o báculo (cajado com a cruz), sendo que nesta mesma circunstância na Basília de
São Pedro, o pontífice enrolou-se nas vestes quando incensava o altar. O que
acabou por não conseguir fazer até ao fim.
Dois meses antes, na oração Angelus recitada a partir da sua
janela na Basília de São Pedro, Bento XVI pediu desculpa aos fiéis que o
escutavam por os seus “olhos cansados” lhe perturbarem a fluidez do discurso.
A juntar a estes pequenos
episódios, há vários anos que o Papa Bento XVI, prestes a completar 86 anos,
sofria de problemas cardíacos que, destaca o DN, vitimaram a sua irmã.
No mesmo sentido, o editor da
Principia, que publicou alguns dos muitos livros de Joseph Ratzinger, Henrique
Mota recorda um Papa mais cansado na última vez que o viu, em Novembro do ano
passado.
“Achei-o simpático como sempre, mas pensei que não era fácil com
aquela idade desempenhar com ligeireza o cargo”, testemunha ao DN.
A resignação de um Papa está
prevista no Direito Canónico, mas praticamente não há memória de tal situação.
A última vez que aconteceu foi em 1415 com Gregório XII e com consequências
profundas para a Igreja Católica.
N. M.
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