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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

« PORQUE SE FALA DE PRINCÍPIOS INTELECTUAIS?»


É o próprio comportamento moral que, cem, mil vezes ao dia, é posto em causa e abertamente discutido.

Não falo, ainda aqui, de políticos cegos, inconscientes da sua missão e da tremenda que lhes incumbe, se cumprirem com o seu dever face ao povo.

Em Portugal, é imperioso não nos surpreendermos de nada, com nada ou ninguém!

Caso único? Claro que não, mas quase. Infelizmente, poderia citar outros e até piores, mas como costuma dizer-se, “com o mal dos outros, podemos nós bem.”

Mas, no momento, o problema não é certamente esse.

Mais que exemplos concretos, é a ambiência que denuncio, o que quer dizer, em suma, imponderáveis contra os quais nunca reagimos, porque não se impõem a nós de maneira gritante.

Os actuais governantes de Portugal, ao que parece, conhecem apenas o verbo “cortar”. E, cortar onde mais dói aos cidadãos, que é nos seus salários, nos seus subsídios de férias e de Natal, cortar nos benefícios sociais – que demoraram décadas a conseguir – mesmo após a ditadura salazarista, e que o actual governo decidiu dar-lhes luta acesa, aberta, mandando-nos ainda mais para o fundo do abismo em que nos encontramos.

Mas o clima moral em que vemos é feito de milhares de fraquezas, de concessões, de frouxa condescendência ao bem que é preciso praticar, de conivências secretas com o mal que é mister evitar.

Do ponto de vista intelectual, tudo é discutido, o que gera um cepticismo que nem mesmo está sempre latente.

Do ponto de vista moral, tudo se faz pela metade, ou menos ainda, o que conduz à condescendência, mãe da anarquia.

Na maior parte dos países, certamente, cada um não faz o que quer. Sabem que há limites perigosos de ultrapassar. Mas o pouco que lhes é imposto, é-o de maneira completa e no momento exacto? Por outras palavras, sabemos dar ordens de maneira a sermos obedecidos? (Pensam os políticos). A ordem que damos é clara e providenciamos para a sua integral execução? Explicamos suficientemente os porquês de determinada prescrição e apontamos o perigo de a omitir? Não nos limitamos, muito frequentemente,a um conselho prematuro, de que nem nós mesmos percebemos a legitimidade? Damos suficientemente atenção àquela lei psicológica, que de uma ordem confusa nasce, necessariamente, uma acção ainda mais confusa? Revoltante?

Nove vezes em dez, o caso torna-se ainda mais difícil, sendo consequência da tibieza de comando, mas também à insensatez de se limitarem a conhecer apenas o verbo “cortar”.

Esquecem-se de remontar à causa: carência, desde a primeira infância, de uma autoridade firme e pouco inteligente. Mas, os governantes estão demasiado ocupados para se interessarem pelo bem-estar do povo, tendo apenas tempo para dedicar ao mesmo verbo, “cortar!”.

Porque o povo, esse, que “se lixe!”.

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