Maior país da América do Sul e único nessa zoba de
colonização portuguesa, uma vez que todos os outros são de colonização
espanhola.
Os habitantes indígenas eram sobretudo índios nómadas. Em
Abril de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral tomou posse do
território em nome do rei de Portugal, segundo os termos do Tratado de
Tordesilhas, de 1494, que dividia o mundo entre a Espanha e Portugal.
Nos séculos seguintes, os bandeirantes desbravaram o
interior, na busca de escravos índios e ouro, enquanto no Nordeste
proprietários e terratenentes estabeleciam grandes plantações de
cana-de-açucar, para as quais importavam um grande número de escravos negros
vindos de África.
A descoberta de ouro em 1695 provocou uma corrida para o
interior e trouxe tal riqueza à colónia que ela rapidamente ficou mais próspera
que Portugal.
Este facto conduziu a uma agitação nacionalista e a uma
revolução, abortada em 1789, sob a liderança de José Joaquim da Silva Xavier,
por alcunha o Tiradentes.
Quando Napoleão invadiu Portugal em 1807, o herdeiro do
trono, D. João VI, trasladou-se para o Brasil e estabeleceu a sua corte no Rio
de Janeiro, que se tornou o centro do Império Português.
Em 1821, o soberano regressou a Lisboa, deixando o
governo da colónia ao seu filho Pedro.
No ano seguinte, Pedro coroou-se a si mesmo imperador de
um Brasil independente.
O Império Brasileiro durou até 1889, quando Pedro II abdicou
e uma república foi criada, com Deodoro da Fonseca como presidente.
Nos primeiros anos do século XXm, o colapso dos
lucrativos mercados brasileiros da borracha e do café provocou um clima de
instabilidade económica que permitiu a Getúlio Vargas tomar conta do país em
1930.
Em 1938, ele viria a instituir uma ditadura apoiada pelos
militares. O seu governo trouxe ao Brasil muitos benefícios, mas não logrou
reduzir a elevada inflação económica, vindo esse facto a custar-lhe o poder
depois de os militares lhe terem retirado o seu apoio em 1945.
Vargas seria eleito de novo presidente em 1950, mas
suicidar-se-ia quatro anos depois.
O seu sucessor foi Jucelino Kubitschek, eleito presidente
em 1955. O seu programa ambicioso de expandir a economia brasileira e construir
a nova capital futurista de Brasília, com intenção de encorajar o
desenvolvimento do interior, produziu também um défice severo da balança de
pagamentos, acompanhado por uma inflação ainda pior.
Estas condições trouxeram instabilidade política, marcada
pelo terrorismo generalizado de 1964 a 1979, tendo-se os militares apoderado do
controlo político na primeira daquelas datas.
A presidência do general João Baptista Figueiredo
conduziu um processo de transição que resultou no regresso à administração
civil em 1985, com José Sarney.
Em 1989 o Brasil teve as suas primeiras eleições livres
em quase três décadas, mas em 1992 o vencedor, Fernado Collor de Mello, foi
obrigado a abandonar a presidência por motivos de corrupção.
Entre os dois povos irmãos – o brasileiro e o português –
existem realmente muitas afinidades, e ainda hoje sentem os efeitos da
ditadura, a divisão e a saturação.
Pena é que haja um oceano a seprá-los, caso contrário bem
que poderiam entreajudar-se e pôr um fim quer à corrupção quer às desigualdades
sociais.
Sem comentários:
Enviar um comentário