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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

«O BRASIL»


Maior país da América do Sul e único nessa zoba de colonização portuguesa, uma vez que todos os outros são de colonização espanhola.

Os habitantes indígenas eram sobretudo índios nómadas. Em Abril de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral tomou posse do território em nome do rei de Portugal, segundo os termos do Tratado de Tordesilhas, de 1494, que dividia o mundo entre a Espanha e Portugal.

Nos séculos seguintes, os bandeirantes desbravaram o interior, na busca de escravos índios e ouro, enquanto no Nordeste proprietários e terratenentes estabeleciam grandes plantações de cana-de-açucar, para as quais importavam um grande número de escravos negros vindos de África.

A descoberta de ouro em 1695 provocou uma corrida para o interior e trouxe tal riqueza à colónia que ela rapidamente ficou mais próspera que Portugal.

Este facto conduziu a uma agitação nacionalista e a uma revolução, abortada em 1789, sob a liderança de José Joaquim da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes.

Quando Napoleão invadiu Portugal em 1807, o herdeiro do trono, D. João VI, trasladou-se para o Brasil e estabeleceu a sua corte no Rio de Janeiro, que se tornou o centro do Império Português.

Em 1821, o soberano regressou a Lisboa, deixando o governo da colónia ao seu filho Pedro.

No ano seguinte, Pedro coroou-se a si mesmo imperador de um Brasil independente.

O Império Brasileiro durou até 1889, quando Pedro II abdicou e uma república foi criada, com Deodoro da Fonseca como presidente.

Nos primeiros anos do século XXm, o colapso dos lucrativos mercados brasileiros da borracha e do café provocou um clima de instabilidade económica que permitiu a Getúlio Vargas tomar conta do país em 1930.

Em 1938, ele viria a instituir uma ditadura apoiada pelos militares. O seu governo trouxe ao Brasil muitos benefícios, mas não logrou reduzir a elevada inflação económica, vindo esse facto a custar-lhe o poder depois de os militares lhe terem retirado o seu apoio em 1945.

Vargas seria eleito de novo presidente em 1950, mas suicidar-se-ia quatro anos depois.

O seu sucessor foi Jucelino Kubitschek, eleito presidente em 1955. O seu programa ambicioso de expandir a economia brasileira e construir a nova capital futurista de Brasília, com intenção de encorajar o desenvolvimento do interior, produziu também um défice severo da balança de pagamentos, acompanhado por uma inflação ainda pior.

Estas condições trouxeram instabilidade política, marcada pelo terrorismo generalizado de 1964 a 1979, tendo-se os militares apoderado do controlo político na primeira daquelas datas.

A presidência do general João Baptista Figueiredo conduziu um processo de transição que resultou no regresso à administração civil em 1985, com José Sarney.

Em 1989 o Brasil teve as suas primeiras eleições livres em quase três décadas, mas em 1992 o vencedor, Fernado Collor de Mello, foi obrigado a abandonar a presidência por motivos de corrupção.

Entre os dois povos irmãos – o brasileiro e o português – existem realmente muitas afinidades, e ainda hoje sentem os efeitos da ditadura, a divisão e a saturação.

Pena é que haja um oceano a seprá-los, caso contrário bem que poderiam entreajudar-se e pôr um fim quer à corrupção quer às desigualdades sociais.

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