Apesar de a
escravatura ter sido uma realidade comum na história universal, só no século
VIII surgiram os meios que permitiram o transporte de milhões de africanos
através dos oceanos para terras que lhes eram estranhas.
Podemos encontrar um
dos mais antigos registos da escravatura na Bíblia, que diz como José foi
vendido no Egipto.
No mundo antigo, a
escravatura era algo de normal. O filósofo grego Aristóteles escreveu que os
escravos deveriam ser uma raça “inferior” e que, enquanto propriedade dos seus
donos, não tinham quaisquer direitos. As civilizações do mundo antigo
apoiavam-se muito frequentemente no trabalho dos escravos, que nem sempre
estavam dispostos a aceitar o seu destinho.
A mais famosa revolta
de escravos do Império Romano ocorreu no ano 73 a. C. e foi liderada por
Espártaco. Outras formas de trabalho forçado obrigaram, por exemplo, os
camponeses que construiram a Grande Muralha da China ou os servos da europa
medieval a trabalhar para os seus senhores, muitas vezes sem receberem qualquer
pagamento.
Na antiguidade, a
maioria dos escravos era constituída por prisioneiros de guerra que trabalhavam
para quem os aprisionara.
No século XV começou
a surgir um novo tipo de escravatura, depois de os exploradores portugueses
terem viajado para África e depois para as Américas.
Em 1482, Diogo de
Azambuja construiu o Castelo da Mina, onde agora se localiza o Gana: foi a primeira
fortaleza a ser construída como centro de detenção de africanos antes de serem
empilhados em barcos que os levavam para as plantações do Novo Mundo. Outras
nações houve que quiseram tomar parte neste negócio.
As embarcações saíam
de Bristol e Liverpool carregadas com produtos comerciais para a África
ocidental: a moeda de troca eram as barras de metal. À chegada, as mercadorias
eram trocadas por escravos. Era raro os ingleses capturarem escravos:
compravam-nos a outros africanos que os tinham conseguido através de guerras ou
de ataques.
Asx instruções eram
típicas: era instruído para “não comprar escravos velhos ou crianças, mas sim
jovens saudáveis homens e mulheres”.
Uma vez cheios, os
navios partiam para a América e para as Índias Ocidentais. Os prisioneiros eram
amontoados, o que tornava galopante o desenvolvimento das doenças, originando
uma alta taxa de mortalidade. Os corpos daqueles que morriam eram deitados aos
tubarões.
Muitos escravos houve
que tentaram matar-se, atirando-se borda fora ou fazendo jejum.
Equiano, um escravo,
descreveu como os homens eram chicoteados de hora a hora até comerem e escreve:
“Nunca via entre os meus actos de tanta brutalidade.” Os sobreviventes eram
vendidos para trabalhar em plantações de açucar nas Índias Ocidentais e de
tabaco e mais tarde de algodão nos EUA. Estes produtos constituíam a principal
carga na viagem de regresso a Inglaterra. Era um negócio vantajoso, pois ambos
os percursos representavam lucro.
O comércio africano
era único. Nunca anteriormente tantas pessoas tinham sido retiradas de um país
e, mais do que isso, de um continente para outro. Entre 1795 e 1804 cerca de
400 mil escravos foram transportados de África em navios provenientes de portos
britânicos. O número total relativo ao século XVIII pode ascender a quatro
milhões.
E hoje, será que não
existe uma nova forma de escravatura, sobretudo na “Velha Europa”, e
nomeadamente em Portugal? Apenas com uma diferença. A de obrigarem a não
trabalhar quem pretende fazê-lo, remetendo-os/as para o degradante desemprego,
e aos que ainda conseguem um posto de trabalho, pagando-lhes salários de
miséria que os conduzem à fome e à miséria, como aos seus filhos e restantes
familiares.
Será que ninguém vê
qual a actual – real – taxa de desemprego? – que está em creecente contínuo,
graças aos que vivem na corrupção e na constante aldrabice, enquanto eles e os
seus vão enriquecendo a olhos vistos?
Será que ninguém
pretenderá defender – realmente – o estado social de uma Europa cada vez mais
decrépita e entregue a tecnocratas que se tomam por governantes de luxo,
anunciando benefícios inexistentes para os povos sobretudo os do Sul desta
miseranda Europa?
E, também aqueles que
afirmam que o povo português aguentará todas as medidas de austeridade, vivendo
na riqueza, rendendo vassalagem a quem nomeia sua mulher conselheira da Casa Civil,
afirmando também que os sem-abrigo, que muito em breve serão muitos mais,
continuarão a viver e a sobreviver como gente, como pessoas e seres humanos.
Enquanto o povo
português se mantiver nas “encolhas”, como os partidos da oposição, a pobreza
está a transformar-se na maior paisagem nacional.
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