O Bloco de Esquerda denuncia na Internet que
documentos “constantes no site do Governo sobre o Memorando e as sucessivas
revisões” foram, “na sua maioria”, emitidos a partir de computadores do Fundo
Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia e da Direcção-Geral dos
Assuntos Económicos e Financeiros de Bruxelas, apesar de terem a assinatura de
governantes portugueses.
Um texto publicado no site do Bloco de Esquerda,
Esquerda.net, revela que “um grupo de activistas das redes
sociais investigou a fundo os documentos que o próprio Governo tornou públicos
na sua página oficial de Memorandos” e “analisou as propriedades dos mesmos, as datas em que
foram emitidos os respectivos PDF’s e quem os emitiu”.
Concluída a ‘investigação’, para a qual, segundo o Bloco, “não é
preciso ser um perigoso hacker”, foi detectado que “várias das cartas de
intenções enviadas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Central
Europeu (BCE), assinadas pelo ministro da Finanças e pelo Governador do Banco
de Portugal [Carlos Costa] e divulgadas no site oficial do Governo português
foram emitidas directamente a partir de computadores dos parceiros da troika”.
Acrescenta o Bloco que para tal
“basta olhar para as assinaturas dos respectivos PDF’s”, depois de “fazer o
download do ficheiro no portal do Governo e verificar as respectivas
propriedades”.
“No ecrã surge então o nome do
proprietário do computador onde foi emitido o PDF”, revela o site Esquerda.net,
acrescentando que o que as pessoas vão verificar é que esses documentos “saíram
de ‘sabebe2’, referência a Abebe Selassie [FMI] 12 documentos; um documento foi
emitido por ‘HUBSKI Mariusz (ECFIN)’ (Mariusz Hubski [ECFIN]), outro por
‘Garjoi Oana’ (Oana Garjoi [ECFIN]) e cinco por ‘schinta’ (provavelmente Sarika
Chinta [IMF])”.
O Bloco destaca, por exemplo, “a
carta de intenções assinada pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e pelo
governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e enviada à Directora do FMI,
Christine Lagarde, no âmbito da quinta revisão ao programa de assistência
financeira a Portugal”.
Esta carta “foi emitida a partir
do computador do próprio chefe da Missão do FMI, Abebe Selassié”, o que prova,
refere o Bloco, “que pelo menos a última versão da carta das autoridades
portuguesas ao FMI, de 14 de Outubro de 2012, foi escrita pelo próprio chefe da
missão do FMI a Portugal”.
N. M.
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