O arguido, António Silva
Um protegido dos artistas plásticos
Lagoa Henriques e Carlos Amado começa hoje a ser julgado no Campus de Justiça
de Lisboa, acusado de violação e outros abusos sexuais de um aluno da Casa Pia,
um caso denunciado pelo SOL em 2007.
O julgamento está marcado para as 9h30,
na 8.ª Vara Criminal.
O arguido, António da Silva, de 56 anos,
começou a trabalhar no ateliê dos artistas plásticos, que entretanto faleceram
deixando o ateliê ao arguido, em Lisboa pouco tempo depois de sair da Casa Pia
de Lisboa onde foi aluno externo até aos 13 anos.
Segundo a acusação do Ministério
Público, alunos da Casa Pia costumavam frequentar o ateliê, levados por um
educador da instituição, amigo de António da Silva. Este funcionário chegou a
ser constituído arguido, mas o MP optou por não o acusar. Foi através dele que
dois menores da instituição chegaram a trabalhar para Lagoa Henriques
pagando-lhes o escultor, por três horas diárias, a quantia generosa de 500
euros mensais.
Entre Maio e Junho de 2007, um desses
menores – então com 14 anos e que vivia no Lar Cruz Filipe, do Instituto Jacob
Rodrigues Pereira (colégio da Casa Pia vocacionado para acolher crianças e
jovens com deficiência auditiva) – foi alvo de vários abusos sexuais por parte
do arguido. Segundo a acusação, o acto de violação ocorreu durante uma festa no
ateliê de Lagoa Henriques, na altura dos Santos Populares, depois de o educador
da casa Pia ter dado um medicamento ao jovem que lhe provocou sonolência, facto
que terá sido aproveitado pelo arguido. O jovem foi ainda ameaçado pelo
arguido, para que não contasse nada a ninguém.
António da Silva responde por um crime
de violação agravado, dois crimes de coacção sexual e três crimes de coação.
O jovem e a Casa Pia, assistentes no
processo, são representados pelo advogado Miguel Matias.
Sem comentários:
Enviar um comentário