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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Casa Pia: Caso revelado pelo SOL julgado


O arguido, António Silva

Um protegido dos artistas plásticos Lagoa Henriques e Carlos Amado começa hoje a ser julgado no Campus de Justiça de Lisboa, acusado de violação e outros abusos sexuais de um aluno da Casa Pia, um caso denunciado pelo SOL em 2007.

O julgamento está marcado para as 9h30, na 8.ª Vara Criminal.

O arguido, António da Silva, de 56 anos, começou a trabalhar no ateliê dos artistas plásticos, que entretanto faleceram deixando o ateliê ao arguido, em Lisboa pouco tempo depois de sair da Casa Pia de Lisboa onde foi aluno externo até aos 13 anos.

Segundo a acusação do Ministério Público, alunos da Casa Pia costumavam frequentar o ateliê, levados por um educador da instituição, amigo de António da Silva. Este funcionário chegou a ser constituído arguido, mas o MP optou por não o acusar. Foi através dele que dois menores da instituição chegaram a trabalhar para Lagoa Henriques pagando-lhes o escultor, por três horas diárias, a quantia generosa de 500 euros mensais.

Entre Maio e Junho de 2007, um desses menores – então com 14 anos e que vivia no Lar Cruz Filipe, do Instituto Jacob Rodrigues Pereira (colégio da Casa Pia vocacionado para acolher crianças e jovens com deficiência auditiva) – foi alvo de vários abusos sexuais por parte do arguido. Segundo a acusação, o acto de violação ocorreu durante uma festa no ateliê de Lagoa Henriques, na altura dos Santos Populares, depois de o educador da casa Pia ter dado um medicamento ao jovem que lhe provocou sonolência, facto que terá sido aproveitado pelo arguido. O jovem foi ainda ameaçado pelo arguido, para que não contasse nada a ninguém.

António da Silva responde por um crime de violação agravado, dois crimes de coacção sexual e três crimes de coação.

O jovem e a Casa Pia, assistentes no processo, são representados pelo advogado Miguel Matias.



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