Senhoras e senhores:
Presidente da República
Primeiro-Ministro
Ministros
Deputados da Nação (Maioria Desgarrada)
Já repararam na autêntica “vida digna de gado do povo
marcado – o melhor do mundo segundo alguns, que de modo algum pode ser feliz
enquanto se mantiverem no poder, e, pelo poder da força, viverem em constante
austeridade?” De nada lhes serve a constante manipulação que, com um conhecimento
rudimentar da alma humana tentam incutir nas pessoas as ambições, os pecados e
as fraquezas?
Como podem acreditar que a cidadania nacional é composta
por meninos ingénuos que acreditam na pureza necessária de uma política
característica de uma ditadura, em que os políticos como os senhores constituem
uma trajectória de causar inveja a todos os homens e mulheres de bem que se
acobardam, não aprendendo nunca a ousar como os bandidos?
Crêm-se determinados. Compreenderam, a determinado
momento, que a vitória não pertence aos cidadãos de bem, desarmados dessa vossa
fúria austera do desatino, que é conseguirem colocá-los de tanga a qualquer
preço.
Decidiram, erradamente, combater o bom e nobre povo
português. Para tal, cescobriram atalhos, mil artifícios para os vencer e
desanimar, para os marginalizar e, quem sabe, se um dia conseguiriam
derrotá-los a todos, enquanto beneficiam os emplumados banqueiros e
capitalistas, entre os quais alguns de vós, enaqunto abrem o leque ao
desemprego e colocam sobre a mesa sempre mais dificuldades aos operários e aos
membros de uma classe média em extinção, pois convé-lhes um povo submisso e
tanto quanto possível à margem de toda a acção nacional, num país onde até os “mosquitos”
são vorazes, não mordessem a tez rósea dos seus donos.
Quem sabe, um dia, com a alavanca da política todos esses
assessores de meia tigela, na posse de um cartão que lhes abre as portas quase
todas, enquanto aos outros se fecham cada vez mais e desesperam na procura
constante de um emprego, de um futuro que tarda demasiado a chegar, graças às
vossas políticas abjectas e irrealistas de austeridade sobre austeridade e de
compadrios em compadrios.
Há quem diga que são uns analfabetos de raro polimento
intuitivo, que nunca leram qualquer autor de economia, sociologia ou mesmo de
direito, embora até no carro o senhor Pedro traga um livro sobre Salazar,
talvez sua fonte de inspiração.
Acredito que nunca souberam o que é a solidariedade, como
também parecem desconhecer o significado de seriedade, o que é uma cas pobre,
uma rua onde reinasse a não ser a
promiscuidade, mas cedo perceberam e receberam o combustível do ódio à pobreza
e ao ser pobre, decidindo que a vossa política nunca serviria em nada ao povo,
e que seria, deveria ser, forçosamente, o povo a servir em tudo, enquanto os
senhores deveriam ser recebidos em palácios, em mansões milionárias, em
instâncias estrangeiras, como príncipes.
No péssimo ano de 2011, foram eleitos deputados, e
indigitados para formarem governo, com Pedro na liderança. Cedo se viu que tudo
o que antes – em campanha havia dito não passava de uma grande mistificação, um
churrilho de mentiras, pois logo de imediato mostrou bem ao que vinha, ou seja,
provocar o naufrágio das ilusões do povo português.
Como sempre em Portugal, as campanhas são ricas e
impressionantes. Sorrisos e apertos de mãos calosas e sujas de trabalho, mas
também de pobres eleitores ou mesmo de universitários, comunistas e operários
deslumbrados com todos os aparatos, que todos pagamos, mostrando-se os senhores
como jogadores de póquer, que fazem bluf sorrindo como hienas, e cujos olhos
indecifráveis causam calafrios nos adversários.
Os senhores, sim, vós, políticos da treta, que obedecem
cegamente aos senhores detentores do capital e sacrificam cada vez mais e
sempre mais o povo humilde e martitrizado, não têm alma. E quem tem a política
portuguesa? Em Belém, o rei dos tabus, que promulga as leis que conseguem
parir, em S. Bento ressabiados vindos de Angola e que ganharam ódio aos
naturais sem que possuam qualquer culpa no cartório.
Não passam de paradoxos, que tentam exibir talentos que
nunca possuiram, com a mesma sem-cerimónia com que cultivam os corruptos,
permitindo que se paseiem impunemente fumando ostensivamente charutos, quando
deveriam encontrar-se na cadeia.
No velho dizer dos canalhas, todos fazem isso; mentem,
roubam o povo, traem-no também, transformando-se assim em mais alguns chicos
espertos, mesmo se factos gritantes de improbidade, de desvios contínuos da
conduta pública têm uma quase unanimidade – maioria conseguiram-na – na Casa da
Democracia Nacional – de Qasimodos morais para os blindar.
Pelas piores causas, irão entrar na História de Portugal,
e só espero que possam ser punidos por todo o mal que têm feito ao povo
português, que jamais vos perdoará quer a traição sofrida quer a marginalização
a que o lançaram, e continuam a desprezá-lo como se efectivamente se tratasse
de gado pronto para o matadouro, ou açougue, proporcionando-vos apenas a vós, senhores de um reino
desconhecido, o direito de viverem dentro dos valores que deveriam ser
distribuíddos pelo povo que é soberano.
Com os piores cumprimentos,
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