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domingo, 10 de fevereiro de 2013

«CARTA ABERTA AOS POLÍTICOS NO PODER EM PORTUGAL»


Senhoras e senhores:

Presidente da República

Primeiro-Ministro

Ministros

Deputados da Nação (Maioria Desgarrada)

Já repararam na autêntica “vida digna de gado do povo marcado – o melhor do mundo segundo alguns, que de modo algum pode ser feliz enquanto se mantiverem no poder, e, pelo poder da força, viverem em constante austeridade?” De nada lhes serve a constante manipulação que, com um conhecimento rudimentar da alma humana tentam incutir nas pessoas as ambições, os pecados e as fraquezas?

Como podem acreditar que a cidadania nacional é composta por meninos ingénuos que acreditam na pureza necessária de uma política característica de uma ditadura, em que os políticos como os senhores constituem uma trajectória de causar inveja a todos os homens e mulheres de bem que se acobardam, não aprendendo nunca a ousar como os bandidos?

Crêm-se determinados. Compreenderam, a determinado momento, que a vitória não pertence aos cidadãos de bem, desarmados dessa vossa fúria austera do desatino, que é conseguirem colocá-los de tanga a qualquer preço.

Decidiram, erradamente, combater o bom e nobre povo português. Para tal, cescobriram atalhos, mil artifícios para os vencer e desanimar, para os marginalizar e, quem sabe, se um dia conseguiriam derrotá-los a todos, enquanto beneficiam os emplumados banqueiros e capitalistas, entre os quais alguns de vós, enaqunto abrem o leque ao desemprego e colocam sobre a mesa sempre mais dificuldades aos operários e aos membros de uma classe média em extinção, pois convé-lhes um povo submisso e tanto quanto possível à margem de toda a acção nacional, num país onde até os “mosquitos” são vorazes, não mordessem a tez rósea dos seus donos.

Quem sabe, um dia, com a alavanca da política todos esses assessores de meia tigela, na posse de um cartão que lhes abre as portas quase todas, enquanto aos outros se fecham cada vez mais e desesperam na procura constante de um emprego, de um futuro que tarda demasiado a chegar, graças às vossas políticas abjectas e irrealistas de austeridade sobre austeridade e de compadrios em compadrios.

Há quem diga que são uns analfabetos de raro polimento intuitivo, que nunca leram qualquer autor de economia, sociologia ou mesmo de direito, embora até no carro o senhor Pedro traga um livro sobre Salazar, talvez sua fonte de inspiração.

Acredito que nunca souberam o que é a solidariedade, como também parecem desconhecer o significado de seriedade, o que é uma cas pobre, uma rua  onde reinasse a não ser a promiscuidade, mas cedo perceberam e receberam o combustível do ódio à pobreza e ao ser pobre, decidindo que a vossa política nunca serviria em nada ao povo, e que seria, deveria ser, forçosamente, o povo a servir em tudo, enquanto os senhores deveriam ser recebidos em palácios, em mansões milionárias, em instâncias estrangeiras, como príncipes.

No péssimo ano de 2011, foram eleitos deputados, e indigitados para formarem governo, com Pedro na liderança. Cedo se viu que tudo o que antes – em campanha havia dito não passava de uma grande mistificação, um churrilho de mentiras, pois logo de imediato mostrou bem ao que vinha, ou seja, provocar o naufrágio das ilusões do povo português.

Como sempre em Portugal, as campanhas são ricas e impressionantes. Sorrisos e apertos de mãos calosas e sujas de trabalho, mas também de pobres eleitores ou mesmo de universitários, comunistas e operários deslumbrados com todos os aparatos, que todos pagamos, mostrando-se os senhores como jogadores de póquer, que fazem bluf sorrindo como hienas, e cujos olhos indecifráveis causam calafrios nos adversários.

Os senhores, sim, vós, políticos da treta, que obedecem cegamente aos senhores detentores do capital e sacrificam cada vez mais e sempre mais o povo humilde e martitrizado, não têm alma. E quem tem a política portuguesa? Em Belém, o rei dos tabus, que promulga as leis que conseguem parir, em S. Bento ressabiados vindos de Angola e que ganharam ódio aos naturais sem que possuam qualquer culpa no cartório.

Não passam de paradoxos, que tentam exibir talentos que nunca possuiram, com a mesma sem-cerimónia com que cultivam os corruptos, permitindo que se paseiem impunemente fumando ostensivamente charutos, quando deveriam encontrar-se na cadeia.

No velho dizer dos canalhas, todos fazem isso; mentem, roubam o povo, traem-no também, transformando-se assim em mais alguns chicos espertos, mesmo se factos gritantes de improbidade, de desvios contínuos da conduta pública têm uma quase unanimidade – maioria conseguiram-na – na Casa da Democracia Nacional – de Qasimodos morais para os blindar.

Pelas piores causas, irão entrar na História de Portugal, e só espero que possam ser punidos por todo o mal que têm feito ao povo português, que jamais vos perdoará quer a traição sofrida quer a marginalização a que o lançaram, e continuam a desprezá-lo como se efectivamente se tratasse de gado pronto para o matadouro, ou açougue, proporcionando-vos  apenas a vós, senhores de um reino desconhecido, o direito de viverem dentro dos valores que deveriam ser distribuíddos pelo povo que é soberano.

Com os piores cumprimentos,


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