Recapitaliza-se
a banca – os accionistas embolsam cada vez mais – corta-se nos salários dos
trabalhadores e reformados, nos subsídios de férias e de Natal, tudo em nome
dum combate à crise que os capitalistas criaram e hoje ficam de fora sendo até
recompensados.
Francamente,
não se podia esperar mais dum governo que tenta imitar – na perfeição – o que
se passava e vivia há mais de 38 anos em Portugal.
Aumenta o
desemprego, a precariedade espalha-se por toda a parte, a fome é um facto
miserável, falta-se às promessas feitas em campanha e uma boa parte dos portugueses vive abaixo do
limiar da pobreza.
Tudo tem sido
concertado; desde as leis laborais – que se dizem mais flexíbilizadas – que
permitem haja cada vez mais despedimentos gratuitos. O povo, esse, não conta.
Apenas os capitalistas, que o são á custa do trabalho dos pobres, e o governo
avança rumo a uma recessão bem superior à acontecida na Grécia – a bancarrota.
Sem se saber
a razão, o presidente da república convoca o Conselho de Estado, que não vai
dar nada, e o povo que se amanhe, que vegete ou que vá roubar para comer ou dar
de comer aos seus, porque a festa continua, havendo quem afirme “haver mais
vida para além da austeridade”, com grande cinismo, pois sabe-se que sim, mas
só para alguns.
Poderão ficar
ofendidos por dizer que a política que estão a pôr em prática nada fica a dever
ao velho ditador? Certamente que não, pois trata-se da mais pura e crua
realidade.
As Centrais Sindicais
uniram-se e levarão a cabo iniciativas conjuntas, o que pode parecer bem,
sendo-o, mas não creio que possam alterar seja o que for, apesar de ter sido Sá
Carneiro que afirmou que: “Os subsídios de férias e de Natal são inalienáveis e
impenhoráveis”, com promulgação do então presidente, General Ramalho Eanes.
Tudo o que
está a ser feito contra os portugueses, poupando os capitalistas e banqueiros,
mais parece uma das sete pragas do Egipto que uma atitude dum governo
português, pomposamente denominado «democrático».
A democracia
não pode nem deve resumir-se ao direito ao voto. Deve ser participada no
dia-a-dia, deve emanar do povo, pelo povo e para o povo, com o povo, o que não
acontece em Portugal há muitos anos, e que saudades, Deus meu!
Será que
ainda temos militares? Será que não poderão dar um ar da sua graça, fazendo
como em 25 de Abril de 1974? Será que não haverá razões para se movimentarem de
forma a que o povo deixe de ser o eterno sacrificado, tratado com o maior
desdém e desprezo?
Li há tempos
que pretendem tornar o fado património mundial? Porquê?
PS: Para quando uma tomada de posição do Tribunal Constitucional às solicitações de inconstitucionalidades no OE/2013?
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