Há dois séculos, Napoleão Bonnaparte fez uma
porfecia, que está a começar a realizar-se actualmente, ao dizer: “Deixem
dormir a China porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer”.
A China do Futuro – e o futuro é hoje – a verdade
é que agora, tudo quanto compramos é “made in China”.
Eis um aviso para o futuro! Mas, quem liga a
esse aviso? Actualmente, ninguém! Agora, é só aproveitar… e aproveitar, e
depois? Como será com os nossos filhos e netos? Que futuro terão?
Já alguém pensou como ficará a China no futuro?
Alguns conhecidos regressaram da China
impressionados.
Um determinado produto que Portugal fabrica um
milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões. A qualidade
é já equivalente. E a velocidade de reacção, é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado
numa questão de dias… de semanas, com preços que são uma fracção dos praticados
entre nós.
Uma das fábricas está a mudar-se para o
interior, pois os salários da região onde está instalada estão demasiado
elevados: 100 dólares mensais.
Um operário português equivale a, no mínimo, a
485 euros que, acrescidos de impostos e benefícios, representam quase 600
dólares.
Quando comparados com os 100 dólares chineses,
que recebem praticamente zero benefícios, estamos perante uma escravatura
amarela e a alimentá-la…
Horas extraordinárias? Na China? Nunca!!!
O pessoal por lá fica tão grato por ter um
emprego que trabalha horas extra sabendo que não vai receber nada por isso…
Por trás dessa “posição”, está a grande
armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas
sim, de uma estratégia de poder, para ganhar o mercado ocidental.
Os chineses estão a tirar proveito da atitude
dos gananciosos ocidentais, que pretendem terceirizar a produção, ficando
apenas com o que agrega os valores: a marca.
Dificilmente se adquire, actualmente, nas
grandes redes comerciais dos Estados Unidos um produto “made in USA”. É tudo
“made in China”, com rótulo estado-unidense.
As empresas ganharam rios de dinheiro comprando
aos chineses por cêntimos e vendendo por centenas de dólares. Apenas lhes
interessa o lucro imediato, a qualquer preço. Mesmo ao custo do encerramento
das suas fábricas e do brutal desemprego.
É o que se pode chamar de “estratégia peçonhenta”!
Enquanto os ocidentais terceirizam as tácticas
e ganham no curto prazo, a China assimila estas tácticas e tecnologia, cria
unidades produtivas de alta performance, para dominar a longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercantis, que
ficam com as marcas, com os “designs”, os chineses estão a ficar com a
produção, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos
parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais
produção de calçado pelo mundo. Só na China.
Então, num futuro próximo, veremos os produtos
chineses a aumentar os preços, gerando o “choque da manufatura”, como aconteceu
com o choque petrolífero nos anos 70, e actualmente, mas será demasiado tarde.
Então, o mundo perceberá que reeguer as suas
fábricas terá um custo proibitivo e render-se-á ao Império Chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e que
acabou seu refém.
Dragão esse que aumentará gradualmente os seus
preços, já que será ele quem ditará as novas regras e leis do mercado, pois
quem tem o monopólio da produção, manda!
Sendo ela e apenas ela quem possui as fábricas,
inventários e empregos, é ela quem vai regular os mercados, não mais os
“peçonhentos”.
Seremos nós, os nossos filhos e netos a
assistir a uma inversão das regras do jogo actual, que terão nas economias
ocidentais o impacto de uma bomba atómica… chinesa.
Nessa altura, em que o mundo ocidental acordar,
será demasiado tarde.
Nesse dia, os executivos “peçonhentos” olharão
tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos
aposentados e a verem televisão no sofá, e chorarão sobre as sucatas dos seus
parques fabris desmantelados.
Então, lembrar-se-ão, com muitas saudades, do
tempo em que ganharam dinheiro comprando “balatinho aos esclavos” chineses,
vendendo caro as suas marcas aos seus conterrâneos.
E, entristecidos, abrirão as “marmitas” e
almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de
ser poderosas, pois todas foram copiadas.
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