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domingo, 10 de fevereiro de 2013

«A CRÍTICA»


Ó interminável, sublime e auspicioso ciclo, que nos brinda com a inocente, esperançosa e doce aurora da infância; com a aventureira, turbulenta e fantástica manhã da adolescência; com o ideólogo, edificante e vigoroso fim da manhã da juventude, com o responsável, inovador e activo zenite da maturidade, com a enriquecedora, renovadora e inspiradora intelectualidade das tardes adultas, com a cultura, a sapiência e a serenidade do entardecer existencial. Ah!, interminável, sublime e auspicioso ciclo…

Com uma certa rispidez é preciso, de vez em quando, pôr o dedo na ferida. Especialmente naqueles cuja responsabilidade, por diligenciarem para manter o povo no esquecimento, salta à vista, à luz dos acontecimentos, porque a realidade aí está e nenhum português de consciência sã ignora, pois a criminalidade explosiva, vinda principalmente dos guetos da miséria, se encarrega de o avivar todos os dias.

Acredito, portanto, na crítica construtiva, que tem de ser aceite, até com gratidão, uma vez que não passamos de humanos. Portanto, como humanos, somos passivos de erros e, quando a crítica é feita, é normal vir acompanhada de sérios argumentos mas, ao mesmo tempo, sem ofensas pessoais.

Concordo que, para algumas pessoas, as críticas possam ser entendidas como simples “fait divers” ou mesmo “asneiras” ou “idiotices”, até porque idealista que sou, municiado duma certa ingenuidade, acreditei na palavra que publicamente me foi dada.

Acreditei que aceitar pertencer a um grupo de pessoas que demonstram os mesmos interesses sociais que eu, o que estaria implícito para que pudessemos ser amigos, que com todo o prazer teria de aceitar e respeitar as mais variadas correntes de pensamento e que essas pessoas teriam que respeitar quer os meus quer a minha dignidade.

Sinto-me satisfeito que outras pessoas pertençam ao mesmo grupo que eu, pois sei que nele existem seres humanos que defendem os mesmos ideiais humanistas e sociais, independentemente da filosofia de cada qual, ou da minha.

Aceito os ideólogos puros, que nada fazem com a soberba de serem donos da verdade inquestionável, até porque sabem, e já demonstraram que, tal como acontecia outrora no intuito de propaganda fora de época, mostravam depois não serem tão puros como tentavam fazer crer.

Quando criei o grupo, não o fiz sob qualquer condicionamento nem condicionando aqueles que me acompanharam desde o primeiro dia. Também não poderei criticar o meu tosco português este ou aquele político e também não aceitaria, pois todos sabem já o que penso a respeito das barbáries políticas que assolam o país local ou centralmente.

Assumo tudo o que escrevo e digo e não gostaria de ver outras pessoas serem prejudicadas pelas minhas garatujas e, quando por acaso possa citar um jornalista, um escritor, um sociólogo ou outros cujo conhecimento está acima do meu, não tem a menor importância se é ou não a favor do governo local ou central, até porque, para fazer um juízo equilibrado, não se pode usar uma viseira e ler, falar e ver apenas o que se gosta.

Critico que faltem ao prometido. E houve alguém que não cumpriu o compromisso publicamente assumido e, curiosamente, não se vislumbra o relato do que se passou e disse naquela dia… o que também critico. 
Termino com uma fase de Eça de Queirós: «O povo não precisa de caridade; precisa de justiça. Justiça Social.»


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