Terras de
um talude que sustentava um loteamento deslizaram na terça-feira sobre circular
na freguesia de Mesão Frio, perto da saída para Felgueiras.
Ninguém
arrisca previsões sobre o momento em que a circular reabrirá ao trânsito
A circular urbana que liga Guimarães a Fafe continua cortada
pelas toneladas de terra que ao final da tarde de terça-feira deslizaram de uma
encosta. Os trabalhos de remoção da terra que está a cortar o trânsito já
recomeçaram.
Ao contrário do que estava inicialmente previsto, os trabalhos
de remoção da terra foram suspensos por volta das 3h, depois de se perceber que
não havia vítimas.
Mas
os dois prédios que estão na encosta – que ficaram com os alicerces visíveis –
ainda correm o risco de ruir. Segundo a Protecção Civil, esta manhã ainda houve
alguns movimentos de terras, por isso ainda existe o risco de as habitações da
encosta ruírem. Por causa disso, seis famílias tiveram de passar a noite fora das suas
casas.
Na
terça-feira, o canal de televisão online GuimarãesTV chegou depressa ao local e conseguiu gravar o cenário poucos momentos após o
acidente, com restos de terra ainda a deslizar.
Ao princípio da noite, os trabalhos de despistagem ainda estavam
a dar os primeiros passos. Cerca das 20h chegaram ao local as retroescavadoras
da Câmara de Guimarães e sete camiões, que começaram a movimentar as terras no
talude inferior da estrada, junto à saída para Felgueiras. Era aí que se
concentravam as primeiras operações de limpeza e socorro, para confirmar que
não havia peões nem automóveis a circular por ali no momento do deslizamento de
terras.
Testemunhas
presentes no local na hora do acidente garantiam que não havia carros a
circular nesta variante à EN 206, mas no local passa um via secundária, onde
não havia ainda certezas de que não estivessem automóveis ou transeuntes. Era
aí que se concentravam as primeiras operações de limpeza e socorro.
Esses
trabalhos deverão durar “vários dias”, segundo fonte da Protecção Civil
distrital. Do local é preciso retirar milhares de metros cúbicos de terra que
deslizaram por mais de 80 metros, atingindo uma altura de cerca de sete metros.
As três faixas de ambos os sentidos da circular de Guimarães foram
completamente ocupadas por terras, obrigando ao desvio do trânsito pela antiga
estrada nacional.
Apesar
de as informações existentes apontarem para a inexistência de vítimas, entre os
escombros era, porém, possível observar um automóvel. Esse veículo estava
estacionado junto a um dos prédios existentes no talude superior junto à
circular urbana e terá deslizado juntamente com as terras. Os dois edifícios aí
existentes ficaram quase sem base de sustentação e estão em risco de ruína, o
que obrigou as seis famílias que aí habitam – três em cada bloco – a passar a
noite fora das suas casas.
Só
nos próximos dias será feita a necessária avaliação das condições de segurança
dos prédios. Os moradores foram todos identificados e estão a ser acompanhados
pelos serviços de acção social da Câmara de Guimarães, que lhes disponibiliza
alojamento, caso necessitem. No local estavam também técnicos da Protecção
Civil Municipal, para avaliar as condições de seguranças das construções.
Esses
edifícios de habitação, vivendas geminadas, foram construídos há poucos anos,
numa zona de grande declive e a sua implantação obrigou à realização de um
aterro. Foram precisamente essas terras que deslizaram para a circular urbana
de Guimarães. O comandante distrital da Protecção Civil de Braga, Hercílio
Campos, adiantava também que no local “existia uma linha de água”, o que,
“combinado com as fortes chuvas dos últimos dias”, terá estado na origem do
deslizamento.
Segundo
Hercílio Campos, os trabalhos de remoção dos milhares de metros cúbicos de
terra que deslizaram sobre a estrada poderão durar uma semana. Até porque,
explicou, “enquanto houver humidade e as terras estiverem encharcadas terá que
haver cuidado na remoção da terra que está na estrada de forma a não descalçar
mais este talude e a não levar ao deslizamento de mais terras”. As previsões
são de chuva para esta quarta-feira.
MAIS
=Público=
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