Muitas pessoas ligam
a sua auto-estima ao seu desempenho profissional. Além disso, muitos de nós
dividem as pessoas em categorias, consoante o trabalho que fazem.
Considerando que a
actividade profissional ocupa cerca de metade das horas de vigília do adulto
que trabalha, não admira que os psiquiatras e os psicólogos vejam o trabalho
como tendo uma influência significativa sobre o comportamento de cada um.
Um estudo feito ao
longo de dez anos revelou que as pessoas que no seu trabalho são obrigadas a
pensar ou a executar tarefas complexas têm tendência para adquirir uma
flexibilidade intelectual que transportam para as outras actividades da sua
vida.
Com efeito, parecem
ter, em geral, um espírito mais independente e aberto a novas experiências do
que aqueles que executam trabalhos rotineiros.
Procuram também
escolher actividades de lazer intelectualmente atraentes ou a investigar a
história da região em que vivem.
O senso comum diz-nos
que um trabalhador feliz é mais produtivo que o trabalhador insatisfeito.
Contudo, muitos especialistas consideram que a relação entre a satisfação e o
bom desempenho é exactamente em sentido contrário ao que a maioria das pessoas
julga.
Não é propriamente o
contentamento que contribui para o sentimento que contribui para as maiores
realizações profissionais, mas o sentimento de realização quando se faz um bom
trabalho que leva o trabalhador a sentir-se competente e feliz.
No entanto, as causas
e os efeitos não são muito nítidos: estar-se satisfeito e trabalhar-se bem é o
ideal de qualquer profissional, e cada um destes estados pode aumentar o outro.
A maioria dos estudos
confirma que os trabalhadores insatisfeitos têm maior absentismo e maior
tendência para mudar de emprego do que os satisfeitos.
Por outro lado, é
evidente que muitos empregados descontentes se mantêm no lugar e continuam a
fazer um trabalho apenas sofrível, porque receiam prejuízos materiais e
dificuldades na obtenção de um novo emprego.
Para a maioria das
pessoas, um bom ordenado é o principal incentivo para trabalhar.
Mas pode haver outros
factores igualmente determinantes. Entre eles, o desejo de nos sentirmos produtivos,
de vencerem desafios, de serem criativos e de se empenhar em actividades de que
gostam.
Uma profissão pode
também promover sentimentos de competência e auto-estima, especialmente numa
sociedade que espera das pessoas uma actividade regular e remunerada e em que
os indivíduos podem melhorar o seu
estatuto social através do trabalho que executam.
Muitas pessoas
indicam ainda o convívio com os colegas como uma boa razão para trabalharem.
Quais destes factores são mais importantes dependerá do indivíduo, da sua
formação, expectativas e ambições.
Estou plenamente
convencido de que muitos dos que desfilarão amanhã, Dia Mundial do Trabalhador,
se encontram actualmente no desemprego devido à tremenda crise que se vive em
Portugal, estimando-se um total de cerca de um milhão e meio de pessoas que
militam no desemprego, não condizente com os 17,5% anunciados, pois muitos
deles perderam já os direitos a um subsídio de desemprego, e que os actuais
dados dizem respeito às estatísticas, que não deixam de estar viciadas, pelos
motivos citados.
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