Número total de visualizações de páginas

domingo, 28 de abril de 2013

«PORQUE RIMOS?»

Algumas teorias já ultrapassadas ligavam o riso a uma libertação da agressividade e da hostilidade. Os gracejos e os ditos “de brincadeira” eram vistos como formas de expressar ideias proibidas – por vezes inconscientes – e de representar impulsos anti-sociais.

Para lá das interpretações psiquiátricas como esta, o humor e o riso são instrumentos sociais de inegável valor, pois ajudam as pessoas a descontrair-se e a “perder defesas”, tornando-se receptivas a novas situações.

A maioria dos especialistas entende que no âmago do humor está a incongruência: quando estamos à espera de uma coisa – aparece outra. Isto assusta-nos; mas, ao tomarmos consciência de que não há perigo,  a nossa surpresa dá lugar ao riso.

Uma palavra, uma frase, um discurso, um final de história ou um gesto inesperados surpreendem-nos e fazem-nos rir, embora por vezes de amargura, como aconteceu recentemente com o discurso do dia 25 de Abril do “risível” presidente da República.

O humor pega em situações, pessoas ou atitudes vulgares, em comportamentos convencionais, e olha-os de um ângulo inesperado, afastando-se frequentemente dos padrões ou atitudes geralmente aceites.

O riso começa cedo. Um bebé que brinca ao “cu-cu” ri convulsivamente, deliciando-se com o aparecimento e desaparecimento de um rosto ou brinquedo. O humor é também universal, como sabemos pela popularidade generalizada dos filmes de Charlot.

A razão porque o incongruente nos faz rir nunca foi suficientemente explicada nem pela psiquiatria nem pela psicologia.

W. C. Fields, um dos grandes mestres da comédia, também não conseguia explicá-lo, mas tentou-o de forma humorística: “O aspecto mais engraçada da comédia é nunca sabemos porque é que as pessoas riem. Sei o que as faz rir, mas tentar agarrar o ‘porquê’ é como tentar tirar uma enguia de dentro de uma bacia com água.”

Alguns psiquiatras e psicólogos distinguem entre o medo, que classificam como a reacção adequada a uma ameaça real, e a ansiedade, que consiste na expectativa antecipada de um facto desagradável e que muitas vezes surge de forma desproporcionada ou mesmo sem causa aparente, como todos esses cortes e recortes praticados nos nossos salários ou pensões de reforma e outros impostos.

De um modo geral, pode dizer-se que se trata de ansiedade se a causa é vaga, de medo se é específica.

Com excepção das fobias irracionais, os medos – e tantos que são em Portugal – funcionam como instrumentos de protecção. A ansiedade, se é exagerada, pode também ser benéfica, na medida em que nos estimula e motiva a estar bem preparados para situações importantes e de responsabilidade.

Mas a ansiedade em exagero, ou angústia – a mais frequente entre a cidadania nacional – diminui a qualidade das nossas actuações.


A apreensão despertada por circunstâncias específicas e já experimentadas, como, por exemplo, ter de pagar o que se não deve nem nunca deveu, designa-se por estado de ansiedade, o que me leva a pedir aos meus prezados amigos e concidadãos, que aprendam a rir-se mesmo que não sintam vontade alguma, pois rir é ainda o melhor remédio…

Sem comentários:

Enviar um comentário