Que o presidente da República se declarou
publicamente o fio de que depende o governo para se manter no poder e poder
fazer o que entende, custe o que custar, doa a quem doer – e tem doído muito
aos portugueses – proferindo um discurso que demonstra bem que a suposta “independência”
e “imparcialidade” do presidente não passa de palavra vã.
Pessoalmente, nunca tive dúvidas de que assim
era, de que assim é, pois já com o OE/2013 tomou a atitude de o promulgar
sabendo estar ferido de inconstitucionalidades, preferindo ver se todos se
calavam e aceitavam o aborto mal parido pelo actual governo, encenando aquela
de solicitar a fiscalização sucessiva em vez de a fiscalização prévia.
O presidente da República de Portugal não
consegue enganar seja quem for. E, como o não consegue, decidiu tentar desferir
mais uma machadada nos portugueses, apresentando-lhes um discurso digno do antes
do 25 de Abril, que nunca soube conviver com as regras democráticas.
Portanto, o presidente da República está a
mais no panorama político nacional, devendo saber demitir-se, não sem antes
dissolver a Assembleia da República e recolher-se no aldeamento da Coelha, onde
possui uma casa bem perto de alguns dos implicados no caso do BPN, que nos
colocou de tanga e colocou a muitos na miséria e na fome.
Embora continue a não compreender os seus
prolongados tabus, compreendo que fale cada vez menos, não vá a boca fugir-lhe
para a verdade, que deve convir manter bem guardada dentro de si.
Ter discursado hoje, foi a gota que fez
transbordar a água do copo e, a dada altura, se não estivesse a vê-lo e a
ouvi-lo, poderia pensar tratar-se de Passos Coelho, não indo ao ponto de dizer
que quem lhe escreveu o discurso foi o “donaioroso” primeiro-ministro actual.
Conseguiu hoje pôr a claro que está de acordo
com tudo quanto o governo decide fazer, ou seja, implantar um regime opressor
aos portugueses, acabar com o Estado Social e fazer dos portugueses meros
lacaios de “suas excelências”, que está de acordo com o que se pretende fazer a
nível europeu com Portugal e os portugueses, restando-nos a única solução da
revolta – revolução popular – e mandar todos esses senhores para o mar
coalhado.
Só espero que o PS se mantenha firme e se una
a todos aqueles que defendem a solidariedade social, apresentem moções
protestativas à própria presidência da República, que os portugueses saiam às
ruas e, se necessário, respondam à letra, pois o discurso do presidente foi um
verdadeiro “golpe de Estado” palaciano, sob a forma de um simples discurso
presidencial.
Ninguém deve sequer imaginar que o presidente
está afectado por alguma doença do tipo demencial, como a doença de Alzheimer.
Não! Ele disse tudo quanto disse com toda a lucidez, sabendo apelar à divisão
entre os cidadãos e, citando Manuel Alegre, «há sempre alguém que resiste, há
sempre alguém que diz não».
E os portugueses saberão dizer não!, ao
discurso de uma pessoa que se sente também ressabiada e que, conjuntamente com
o primeiro-ministro se limita a pensar na melhor forma de retirar qualquer
réstia de dignidade ao povo português.
E, se alguém foi contratado para cantar a “Grândola
Vila Morena” no fim da cerimónia comemorativa do Abril de 1974, também alguém
deveria ter sido contratado para declamar a “Trova do Vento que Passa”.
Portugal e os portugueses não podem ficar de
braços cruzados, assistindo à destruição de todas as conquistas trazidas pelo
25 de Abril, que deverá ser comemorado, pelo menos intimamente, todos os dias e
a todos os momentos.
E se alguém houver que não goste… se recorde que «O Povo Unido Jamais Será Vencido"!!!
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