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terça-feira, 23 de abril de 2013

Poupança das famílias caiu para metade em quatro décadas

Dados da Pordata revelam que poupança bruta em percentagem do rendimento disponível caiu de 22,6% em 1973 para valor de 11,7% no ano passado

A poupança em Portugal registou uma redução para cerca de metade entre 1973 e 2012, segundo dados da Pordata, o que decorreu das expectativas dos agentes económicos, explicou esta terça-feira um dos autores do relatório «A Poupança em Portugal».

Segundo o professor universitário Pedro Bação, que lembra que «a descida da taxa de poupança ocorreu essencialmente no final dos anos 1980, no início dos anos 1990 e depois de 1999», fatores como a recuperação da crise de 1983-85, a entrada na Comunidade Económica Europeia, a liberalização do setor financeiro e a «estabilização nominal da economia» contribuíram para «o elevar das expectativas dos portugueses e para a redução da taxa de poupança».

Segundo informações publicadas pela Pordata, a poupança bruta das famílias em percentagem do rendimento disponível caiu de 22,6% em 1973 para um valor ainda preliminar de 11,7% no ano passado, adianta a Lusa.

No mais recente Boletim de Primavera do Banco de Portugal, a instituição dirigida por Carlos Costa adiantava que a «relativa estabilidade da taxa de poupança das famílias em 2013 terá lugar num quadro de forte queda do rendimento disponível real, para a qual contribui o substancial aumento da tributação direta, a redução do emprego e a moderação salarial, num contexto em que a taxa de desemprego deverá permanecer em níveis historicamente elevados».

«A evolução da poupança no quadro do ajustamento da economia portuguesa contrasta com a observada em anteriores fases recessivas, traduzindo a perceção da natureza mais permanente do ajustamento e a manutenção de condições de financiamento restritivas. Adicionalmente, a incerteza quanto à duração do período de ajustamento concorre para um aumento da poupança por motivos de precaução», acrescentaram os autores das previsões.

Pedro Bação, coautor do relatório «A Poupança em Portugal» que foi coordenado pelo agora secretário de Estado da Administração Interna, Fernando Alexandre, explicou ser «provável que parte do aumento da poupança observado em 2012 resulte de um maior esforço de poupança por famílias com níveis de rendimento intermédios, para as quais a incerteza em relação ao que irá acontecer à economia portuguesa e a menor disponibilidade de crédito serão incentivos fortes à poupança».

«Quem tem rendimentos mais elevados possivelmente não sentirá tanto a necessidade de alterar o seu comportamento, quem tem rendimentos mais baixos continuará a não conseguir poupar», lembrou o economista da Universidade de Coimbra.

=TVI24=

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