O líder bloquista João Semedo defendeu hoje que, mais
importante do que "com que se governa", é existir um "programa
comum", reagindo à "nova aliança" que o secretário-geral do PS
afirmou querer construir, "incluindo todos os progressistas".
"Com quem se governa, resolve-se depois de haver
um programa comum, uma base de entendimento muito amplo, que, provavelmente,
ultrapassará as fronteiras partidárias. Nós não defendemos um Governo em que
estejam apenas os partidos representados, tem de ser um Governo assente num
programa", afirmou João Semedo aos jornalistas.
O coordenador nacional do BE falava à imprensa à
margem de uma homenagem, em Lisboa, ao fundador do Bloco Miguel Portas, que
morreu em Abril do ano passado, vítima de doença prolongada.
"Mais do que com quem se governa é importante
saber como se governa. O Bloco de Esquerda tem insistido que o essencial para
um Governo capaz de tirar o país da crise, é um Governo com um programa
diferente, que aposte na economia e nas políticas de emprego", afirmou.
Para Semedo, o "programa comum" para um
futuro Governo terá que ter "por base a recuperação dos rendimentos que os
portugueses entretanto perderam" e virar "a página do memorando"
com a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão
Europeia).
O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse
na sexta-feira à noite em Coimbra que, no seu projecto de poder, pretende
construir uma "nova aliança" com os portugueses, incluindo
"todos os progressistas".
No âmbito das celebrações dos 40 anos do PS, António
José Seguro disse que, "com o partido unido", na sequência da
reeleição como líder, está preparado para ser o candidato do PS "às
próximas eleições legislativas, ocorram elas quando ocorrerem".
"Quero, com os portugueses, fazer uma nova
aliança", promovendo "a construção de uma alternativa" ao actual
Governo de Pedro Passos Coelho, afirmou, explicando que essa alternativa deverá
congregar "progressistas, humanistas, democratas-cristãos,
social-democratas e socialistas".
O líder do BE disse ainda não ter qualquer expectativa
relativamente ao conselho de ministros extraordinário de terça-feira,
considerando que se trata de um mais de "um número do domínio da
propaganda política, do que qualquer orientação que possa reanimar a economia
portuguesa".
Segundo João Semedo, "o Governo está
moribundo" e não é dois anos depois de governar em austeridade que vai
fazer "surgir da cartola projectos que possam promover o desenvolvimento,
o crescimento económico e por aí resolver o problema do emprego".
Lusa/SOL
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