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segunda-feira, 22 de abril de 2013

«POLÍTICOS CONTRA CIDADÃOS»

Pode dizer-se, como termo de comparação, que um pai violento é aquele que tem o hábito de punir os filhos, ferindo-os ou humilhando-os, mental ou fisicamente, ou, em muitos casos, de ambos os modos.

Esses pais descarregam as suas frustrações pessoais nos filhos e consideram uma ofensa pessoal o facto de a criança chorar ou fazer asneiras. Acham que é necessário castigá-la severamente para que “ande na linha”.

Muitos desses pais têm expectativas inaceitáveis para seus filhos e confundem o “não sou capaz” com o “não quero” (contudo a criança também sofre se os pais não lhe estabelecem padrões de realização e não a estimulam a progredir).

Habitualmente, a violentação da criança ocorre quando os pais não suportam o esforço diário de educar os filhos e não têm ninguém a quem pedir ajuda.

Ora, o mesmo acontece com os políticos, que descarregam no povo todas as suas frustrações e erros, culpando-o e culpando outros pelos seus fracassos, que haviam afirmado infalíveis, mas que só conseguiram colocar a população mais na miséria e na fome, apelando à desculpa de que os cidadãos se tinham habituado a viver acima das suas possibilidades.

Também os políticos pretendem, segundo eles mesmos, fazer reformas que todos excepto eles consideram inaceitáveis e impróprias de um Estado social que zele pelos interesses da nação e, logo, pelos interesses da cidadania, especialmente a menos favorecida, geralmente o bode expiatório, por mais fácil e acessivel, muitas vezes sem alguém que os defenda.

Quando assim acontece, pode afirmar-se categoricamente que o governo está a agir criminosamente, pelo que deverá ser feita justiça nos e pelos tribunais competentes.

Todavia, torna-se impossível que tal aconteça, pois a esmagadora maioria do povo não possui os meios necessários para levar á barra do tribunal todos esses políticos governantes que o espoliam, exploram e maltratam com o melhor dos sorrisos nos lábios.

A violentação do povo acontece quando o governo fomenta o desemprego, quando não suportam que os cidadãos se manifestem ordeiramente contra as suas decisões, sem que o povo possa recorrer ao presidente da República que, na generalidade dos casos, se coloca do lado do prevaricador, o governo, que até faz parte da sua família política, apesar de ter jurado cumprir e fazer cumprir a Constituição nacional.

Mas, quando o governo age de má fé, como aliás tem sido o caso entre nós, logo surgem indivíduos a colocar-se do seu lado, proferindo afirmações dirigidas ao povo, tais como: “ai aguenta, aguenta”, no que respeita toda a austeridade imposta aos cidadãos, ou: “os salários deveriam baixar”, tendo, por seu lado, asseguradas verdadeiras fortunas mensalmente, pagas por todos os cidadãos que ainda conseguem manter um emprego e pagar todos os impostos engendrados por um ministro das finanças pouco menos que acéfalo e que toca as raias da estupidez, uma estupidez doentia, confundível com um determinado grau de megalomania paranoide.

Tratar e recuperar pessoal e socialmente os ofendidos é cada vez mais difícil, pois nas suas previsões, antecipam novas medidas de austeridade, como a aplicação de novas taxas moderadoras no sistema de saúde, que em muitos e muitos casos impedem o recurso aos especialistas, até porque convém manter a maioria do povo obnubilada, alienada e a viver no seio de profunda miséria humana.

E quando o povo se manifesta pelas ruas das cidades do país, não hesitam um segundo que seja em enviar ao seu encontro as forças da ordem, a quem dão ordens.


Espero que os portugueses saibam, dentro de três dias apenas, mostrar-lhes que afinal estão vivos e sabem o que querem para si e para os seus, isto é, para toda a população espezinhada, mostrando-lhes uma vez mais que sempre são pessoas e que, como tal, sabem pensar e reagir, fazendo saber a esses indivíduos que afinal, a justiça social pode estar muito ferida, mas que se mantém viva, apesar de tudo terem tentado para acabar com ela.

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