O secretário-geral do PS, no seu entusiástico
discurso de encerramento do XIX Congresso do seu partido, acabou por pedir aos
portugueses uma maioria absoluta para, talvez, poder mudar o que está de
errado, e está muita coisa, no país.
Afirmando estar na hora de mudar, e há muito,
demasiado tempo que assim é, isto é, que está na hora de mudar aquilo que nunca
deveria ter sido começado, prolongado pelo senhor Pedro até colocar os portugueses
nas piores condições de vida pelo menos desde o 25 de Abril de 1974, sem que
tenha, todavia, conseguido melhorar a gravíssima situação que se vive no país.
Desde Santa Maria da Feira, Seguro
empolgou-se ao ponto de fazer promessas que só muito dificilmente poderá
cumprir caso venha a ser primeiro-ministro de Portugal.
Mas também desde Santa Maria da Feira, de
modo muito subtil soube enviar alguns recados ao presidente da República, que no
dia 25 de Abril proferiu um discurso digno de um líder partidário e não de um
presidente da República que deveria saber manter-se independente.
Afirmando que só com bons exemplos(?) o PS
poderá aspirar a merecer a confiança dos portugueses, propôs um novo rumo para
Portugal, pedindo aos portugueses uma maioria absoluta, afirmando estar aberto
a progressistas, humanistas, democratas-cristãos e independentes.
Por princípio contra as maiorias absolutas,
que”inebriam” e proporcionam graves atropelos à própria democracia, devido ao
excesso de confiança e à falta de voz das oposições e se tornam geralmente perversos, preferindo coligações
pontuais, no caso do PS deveriam realizar-se entre os partidos de esquerda,
recebendo o apoio dos militantes de base e criando ao mesmo tempo uma
plataforma estável liderada pelo PS como o maior partido, embora ouvindo outras
forças de origem popular da cidadania, legitimadas pelo voto dos portugueses.
Deveriam recordar-se de quem tanto lutou
durante a ditadura fascista contra as tiranias exercidas e praticadas sobre os
portugueses, e esses foram, sem dúvida alguma aqueles que hoje são,
automaticamente colocados de lado e fora do tal arco da governação, apesar de
serem os que mais propostas apresentam e de grande utilidade para a população
menos favorecida, ou de maior utilidade para as PME e a criação de postos de
trabalho.
A proposta de um novo rumo para o país e as
coligações governamentais deverão ser previamente traçado e elaboradas para que
todos saibam em quê e quem quem votam.
Apesar de se afirmar como “não vendendo
ilusões”, deu a entender que afinal tudo não passa de mais um grande conjunto
delas.
A primeira
mudança de rumo deveria ser a de traçar um regresso às suas verdadeiras origens
sem pretender ocupar certos espaços que servem apenas para manter um poder, se
conseguido, que não deixa de ser fictício.
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