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sábado, 20 de abril de 2013

«Só um novo Governo pode negociar segundo memorando»

João Proença deixa recados na hora de abandonar a UGT

O secretário-geral cessante da UGT, João Proença, afirmou este sábado que um segundo programa de ajustamento a Portugal é «totalmente inaceitável», defendendo que, a acontecer, «só um Governo saído de eleições estará legitimado para negociar tal memorando».

«É totalmente inaceitável que se fale agora num segundo programa de ajustamento, que prolongaria a ultra-austeridade. E daqui queremos deixar bem claro que só um Governo saído de eleições estará legitimado para negociar tal memorando», afirmou Proença, no discurso de abertura do XII Congresso da União Geral de Trabalhadores (UGT), que arrancou em Lisboa.

O líder sindical reconhece que tanto a ajuda financeira externa como o memorando de entendimento com a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) «condicionam as políticas» e que «há que prosseguir com o esforço de ajustamento» para que o país consiga regressar aos mercados.

No entanto, João Proença, que abandona o cargo após 18 anos em funções, entende que este esforço tem de ser feito «a um ritmo que seja compatível com o crescimento e o emprego».

Para o líder cessante da UGT, a redução do défice tem de ser feita através de uma melhor gestão da administração pública, da redução dos custos das Parcerias Público-Privadas (PPP), do combate à fraude, à fuga fiscal e à economia paralela e também por via da criação de impostos sobre as operações financeiras especulativas e sobre a riqueza.

Proença criticou, ainda, a atitude do Governo na concertação social e apelou a que as estruturais patronais «clarifiquem a sua posição» na mesa de negociações e no diálogo social tripartido.

«É tempo de as associações empresariais e de as empresas clarificarem a sua posição. Querem apropriar-se de todos os ganhos de produtividade ou assumem a necessidade de uma justa repartição da riqueza criada? Querem a concorrência desleal por via da ausência de negociação coletiva ou defendem esta negociação como um compromisso bipartido que beneficie mutuamente trabalhadores e empregadores?», interrogou Proença.

=TVI24=         

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