Porque eles, políticos da maioria e
presidente da República, apesar de alguns recados que enviou sem qualquer
convicção ou seriedade, consideram que tudo se encontra no bom caminho.
Portanto, tudo bem.
O dia de hoje, 25 de Abril de 2013, ou seja,
39 anos mais tarde, não é dia para debates sobre o estado da nação, embora
tenha sido para algumas constatações, sobretudo por parte dos partidos da
oposição, que souberam confirmar que se vive uma espécie de democracia liberal
recheada de austeridade que o povo paga com língua de palmo.
Ora, aquilo que se vive em Portugal hoje,
mais não é que um regime transitório que ruma rapidamente para uma encapotada
ditadura.
Com a pretensa reforma do Estado, mantêm-se
certas instituições abertas e a funcionar mas, gravemente comprometidas com um
único objectivo: manter as devidas excepções nesses sectores sociais que,
voluntariamente serão engolidos, aparentando uma total involuntariedade que
mascara a triste realidade.
Quando vemos tudo quanto está a ser feito com
os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e outras empresas públicas ou de economia
mista, todos devemos ficar em estado de alerta máximo, pois sabemos que eles
não dão ponto sem nó, embora tentem fazê-lo disfarçadamente, esquecendo-se de
criar os meios necessários para a criação de emprego, enquanto anunciam a
hipotética criação de um banco de fomento, em parceria com a Caixa Geral de
Depósitos, para que todos paguemos o que deveria ser pago pelos que pedem
ajuda.
Pensem que nenhum português, que nasceu, se
criou e gosta do seu país, que tem direito a ser nele feliz, criar raízes, mas
que se limita a vencer o salário mínimo ou um pouco mais, se verá obrigado a
pagar para que os empresários, pequenos
ou médios possam sobreviver e criar alguns postos de trabalho, quando deveriam
ser os detentores do capital a fazê-lo, mas que o governo isenta em nome de uma
inexistente competitividade.
Os partidos da oposição deveriam, hoje mais
que nunca, organizar-se de forma a criarem uma forte alternativa ao poder,
criar as bases para a queda do actual governo, não olhando a quem é quem e
abrindo as portas para que tal coligação, ou plataforma, de esquerda, comece
por vencer as eleições autárquicas e as legislativas, que se petende sejam
antecipadas, obrigando o presidente a não poder fugir à dissolução da
Assembleia da República e à convocação dessas mesmas eleições, dado que o
actual governo está completamente esgotado.
Como é possível que o PS, PCP, Verdes e BE se
não entendam para a formação dessa tal plataforma patriótica, que garanta o
cumprimento dos compromissos internacionais, de forma a dar a folga necessária
para que o povo português escape a tamanha austeridade e comece a dinamizar a
economia nacional através do consumo, a cotizar para a Segurança Social
garantindo a sua sustentabilidade?
O que ocorre actualmente é a tentativa de
perpetuação de uma maioria que, devido à sua forma de estar na política
nacional, perde toda a legitimidade para,
com práticas antidemocráticas e opressoras e demonstrando toda a ganância do
mundo, inundando a população nacional,
através da imprensa, de escândalos que levam todos os grupos
parlamentares a pretenderem a abertura de inquéritos parlamentares que só têm
valor para esconder definitivamente a verdade aos cidadãos.
Que este 25 de Abril sirva pelo menos para
abrir mais os olhos a todos aqueles que possam ainda pensar que com a actual
maioria nos veremos livres de toda a austeridade, e que os defensores cegos da
dita acabarão por implodir por si mesmos ou fazem explodir a sociedade com
lutas que não conduzem a lado algum.
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