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terça-feira, 23 de abril de 2013

Ministério da Saúde quer consultas à noite e aos sábados

Ordem dos Médicos saúda medida do Governo, mas Sindicato estranha anúncio
O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde confirmou esta terça-feira que está em curso o alargamento dos horários de atendimento aos doentes nos centros de saúde e nos hospitais até às 22:00 e aos sábados.

«É um processo que está em curso, é um processo silencioso, do qual muitas vezes as pessoas não se apercebem. Já há muitos hospitais e centros de saúde com horário alargado. A ideia é, tão breve quanto possível, desde que tenhamos os recursos humanos necessários, tornar isso a regra para o Serviço Nacional de Saúde», frisou Fernando Leal da Costa.

O governante acrescentou, após a inauguração de uma Unidade de Saúde Familiar no Bairro da Boavista, em Lisboa, que o processo «demorará os seus anos», mas deseja que o mesmo esteja concluído «até ao fim desta legislatura».

O Diário de Notícias noticiou hoje que o Ministério da Saúde quer que os hospitais e centros de saúde alarguem os horários de atendimento aos doentes nas consultas até às 22:00 e aos sábados.

Segundo o jornal, esta mudança está prevista num documento entregue aos hospitais e, de acordo com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), «vai avançar e estará prevista nos planos estratégicos dos hospitais».

O objetivo, segundo a ACSS, é evitar que os utentes do Serviço Nacional de Saúde faltem ao trabalho ou a consultas marcadas.

«Já demos um passo muito significativo que foi a revisão do horário de trabalho dos médicos para as 40 horas e, portanto, passamos a ter condições de poder reorganizar o trabalho médico a par do trabalho dos outros profissionais para permitir alargamentos de horários», explicou o secretário de Estado.

Fernando Leal da Costa considerou a medida «muito importante» e justificou-a com a necessidade de adaptar os serviços de saúde à vida das pessoas.

«Temos de criar condições para que os serviços de saúde, nomeadamente na área dos cuidados primários, estejam ao dispor das populações durante o maior tempo possível e em horários mais convenientes para os utentes.»

De acordo com o secretário de Estado, o alargamento dos horários de atendimento é um «desígnio» possível de ser concretizado.

Ordem dos Médicos saúda intenção, Sindicato estranha anúncio

O bastonário da Ordem dos Médicos saudou a intenção do Governo, mas lembrou que a medida deve ser «devidamente discutida com os sindicatos» de todos os profissionais da Saúde.

«Naturalmente que a Ordem saúda esta intenção do Ministério da Saúde, recordando que aquilo que tem sido feito no último ano é exatamente o contrário, porque têm sido reduzidos os horários de atendimento, nomeadamente por causa dos cortes impostos na Saúde», disse à Lusa.

José Manuel Silva concorda ser «desejável que as instituições de Saúde, particularmente a dos cuidados de saúde primários, estejam abertas mais tempo para servir de forma mais apropriada, atempada e com mais qualidade as necessidades dos cidadãos», mas quer saber como é que o projeto será posto em prática, «o que se pretende exatamente e com que tipo de recursos».

«No último ano reduziram-se os horários de abertura, particularmente nos cuidados primários e nas unidades de saúde familiar. Verificamos que o senhor ministro da Saúde decidiu arrepiar caminho, o que é excelente», afirmou.

Contactado pela Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos criticou o plano, alegando que isso contraria a Lei do Trabalho, e instou o Governo a esclarecer a questão.

Lembrando que o Código do Trabalho estabelece «o período de trabalho do médico das 08:00 às 20:00, de segunda a sexta-feira», Jorge Roque da Cunha considerou o anúncio estranho, até porque não foi falado previamente com os sindicatos.

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=TVI24=

PS: Quando uma medida é boa, merece ser felicitada, que é o que faço neste momento.

Com esta medida evitam-se as desculpas para sairem mais cedo do trabalho, e também os médicos, se não receberem horas extaordinárias, poderão marcar as consultas para períodos em princípio mais livres.

O que é necessário é não deixar deteriorar os serviços. Sempre se trabalhou aos sábados e também à noite.

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