O actual governo possui demasiados defeitos e
é completamente desprovido de qualidades. Restaria esperar que o presidente da
República tivesse sido submetido ao método de orientação que se desejaria, mas
pouco ou nada adianta lastimarmo-nos, erguer as mãos aos céus, pedir o
testemunho de todos diante de uma tarefa esmagadora e de um obstáculo
praticamente intransponível, pelo menos aparentemente.
Mas, raciocinemos calmamente.
De início, tudo é sempre difícil. É difícil
ser e manter-se honesto, um empregado consciencioso, um magistrado íntegro, um
patrão justo, um médico devotado, um advogado de talento, um político sério que
defenda os interesses do povo que
elegeu, como aliás acontece com os governantes e o próprio presidente da República.
No fundo, é a própria vida que é difícil,
sempre e cada vez mais difícil, se se quer resistir às solicitações do interior
e do exterior, ao atractivo do dinheiro e do prazer, se se deseja repelir os
péssimos intentos dos governantes, num momento em que aquele que deveria saber
manter-se no papel de moderador nacional se passou para o lado dos agressores
do povo português.
O moderador que obtém êxito na sua missão, os
pais que conduzem os filhos da infância à idade adulta e os querem ver voar com
as suas próprias asas em plena liberdade seguindo o seu rumo dentro da
honestidade, sem que eles se desviem, realizam uma obra árdua, que os absorve
inteiramente, que lhes esgota quotidianamente as energias e os deixa, quando a
noite chega, aniquilados e sem forças.
Mas, onde iríamos nós desencantar esse
moderador? Se dos restantes citados estamos servidos, quanto ao moderador estamos
completamente falidos.
Se, por um lado, poderíamos fazer apelo aos
militares para que ajudassem a repôr as coisas nos seus devidos lugares, se
podemos mostrar nas ruas citadinas todo o constrangimento que nos assola, todo
o descontentamento que nos afecta gravemente, devido à inactividade presidencial
perante a agressividade e opressão exercidas pelos ditos governantes, que nos
roubam descaradamente e continuadamente,
há esse elo de ligação que falha, que quebrou, o tal moderador que,
devendo saber manter-se atento e imparcial, mas respeitando a lei geral do país
e o sagrado respeito pela população, que nos estará fazer e ou esperar?
Todos podemos avaliar bem o desastre que um erro
nos pode causar, como aquele que actualmente vivemos, devido à sacrossanta
austeridade que nos é imposta por esses tecnocratas que se encontram nos órgãos
governativos da nação.
Ora, perante tal degradante situação em
que país se encontra, quando o moderador
falha, o tal desastre acontece, desencadeando uma das mais graves tragédias
jamais vividas em Portugal pelos portugueses.
Quem poderá sobreviver a semelhante crise
causada pelo binómio austeridade/opressão, sob o olhar complacente daquele que
não sabe nem quer exercer as suas funções quer como moderador quer como defensor
sério da Constituição, sobretudo nos capítulos respeitantes aos direitos de uma
cidadania mais que martirizada, devido à incapacidade e incompetência daqueles
governantes que se reclamam os paladinos de uma seriedade inexistente?
Aliás, e falando dessa União Europeia que nos
abafa completamente com todo o seu liberalismo e que se guia pelos ideais
anti-sociais, que todos designam como união económica e financeira e que
pretende anular, arrasar e destruir os Estados Sociais, fazendo uma divisão
entre países ricos do Norte e países pobres do Sul, outro caminho não deveria
existir para esses governantes da treta – que são os nossos – que ou dar um murro
na mesa ou abandonar esse trágico europeísmo que nos trouxe toda essa corrupção
e desprezo por parte desses políticos que se autodenominam de “impiedosos”
cumpridores dos compromissos, como se os contraídos para com os cidadãos não
mais existissem.
Resta pedir, depois exigir e tudo fazer para
que se demitam ou sejam demitidos, para bem de Portugal e dos portugueses.
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