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sábado, 27 de abril de 2013

«O Presidente, enquanto moderador, morreu»

Constança Cunha e Sá diz que «discurso partidário» de Cavaco Silva no 39º aniversário do 25 de Abril marca «rutura com o PS»

Constança Cunha e Sá diz que o discurso do Presidente da República sobre o 39º aniversário do 25 de Abril marcou uma rutura com o Partido Socialista. 

A comentadora defendeu, na TVI24, que as palavras de Cavaco Silva, na sessão solene no Parlamento, «sancionaram totalmente a encenação [à volta do consenso com o PS] que o Governo tem tentado ensaiar nos últimos tempos». Para Constança Cunha e Sá, ao proferir um «discurso partidário» de austeridade, em que se colocou do lado da troika e do Executivo, Cavaco Silva fez «cair por terra» a «magistratura ativa» que sempre apregoou.

«É uma situação inédita. Eu nunca vi nenhum Presidente da República suscitar um coro tão amplo e tão expressivo de críticas em toda a oposição», afirmou a comentadora, a propósito da reação dos partidos da esquerda ao discurso de Cavaco Silva.

No espaço de comentário nas «Notícias às 21:00», Constança Cunha e Sá classificou o discurso de Cavaco Silva como capaz de mudar o atual cenário político, na medida em que o Presidente da República perdeu a autoridade para poder falar acima dos partidos.

«O Presidente, enquanto moderador da situação política portuguesa, morreu aqui. Ele, neste momento, não tem espaço de manobra. Tendo rompido com o Partido Socialista, que margem de manobra é que o Presidente da República tem agora para fazer aquilo que ele, no fundo, quer fazer que são os consensos? (...). E isto vai-nos fazer muita falta. (...) Nós estamos a viver uma crise política. Era fundamental ter um órgão institucional que se sobrepusesse aos partidos e que fosse respeitado pelos partidos de forma a poder exercer aquilo que ele chama uma "magistratura ativa". Esta magistratura ativa hoje caiu por terra», defendeu. 

«O que nós vimos é um Presidente da República completamente impotente, que se autolimitou durante estes dois anos em todos os seus poderes e que, neste momento, em vez de contribuir para o consenso, contribuiu exatamente para a divisão. (...) Ficou criada aqui uma situação de verdadeira crise política, em que não há nenhum elemento aglutinador que possa fazer as pontes entre os diversos partidos. (...)», acrescentou.

=TVI24=


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