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sábado, 20 de abril de 2013

«NÃO! EU SOU SOCIALISTA»

Sempre que ouço um líder socialista falar de social-democracia, fico triste, lamentando que mantenham a sigla e o símbolo socialista e afirmem que defendem a verdadeira social-democracia, cuja figura de proa foi Olaf Palm.

Ora, entendo que se deve escolher entre socialismo e social-democracia, que não são a mesma coisa, limitando-se as novas vias, segundo Blair, a um descarado fugir às origens que levaram á fundação do Partido Socialista, para ocupar aquele espaço político entre as forças comunistas e a então direita, de que a social-democracia faz e sempre fez parte.

Quando os ouço falar de diferenças, de novas concepções políticas, de renovação ideológica, de defesa dos interesses da população mais desfavorecida, digo para com os meus botões, que aí estão mais alguns que nem são peixe nem carne, que parecem ter medo de assumir o socialismo como a ideologia política e filosófica ideal para que possa haver mais igualdade social.

Um  socialista, por princípio, não hostiliza quem quer que seja, a não ser aqueles que pugnam e defendem as ideologias de direita, de extrema-direita, fascistas e opressoras para o povo.

Lamento que os que fundaram o PS, tenham tomado certas posições em tempos e que os que se lhes seguiram não tenham sabido defender o socialismo como ele merece.

Ouvi, pela primeira vez, o senhor Seguro falar da verdadeira social-democracia como a orientadora do PS, ao mesmo tempo que defendia uma larga coligação das forças progressistas, humanistas, socialistas e, talvez sem pensar, maquinalmente, citar a tal social-democracia cujas linhas programáticas campeiam hoje no PS.

Ora, dizia-se entre as hotes do PS que o senhor Seguro era um socialista da ala esquerda, que iria ter dificuldades em conseguir congregar o aparelho do PS e moldá-lo à sua maneira de estar na política e na liderança do PS.

Perante as suas palavras, pude constatar que, afinal, é também daqueles que se preferem juntos ao capitalismo, que defendem essa ideologia e que, em última instância se servirá dos cidadãos e seus votos para dar continuidade às actuais políticas, pelo senhor Pedro praticadas, e, daí, a convicção “pedrista” de que poderá convencê-lo a inserir-se na actual barafunda política em que Portugal está mergulhado desde que ascendeu ao poder. Muito por culpa do PS, diga-se de passagem e para que não restem dúvidas.

Todavia, o senhor Seguro fala de possível aliança com as forças progressistas e humanistas, talvez tentando iludir os incautos, não se coibindo de afirmar ser necessário fazer uma mudança política no país, com o PS na liderança de uma ampla coligação de esforços, uma vez que o actual governo se limita à prática de políticas de austeridade e do custe o que custar ao povo português.

Porque eles sempre se entendem e recusam a ruptura, de um lado e do outro, colocando os portugueses na corda bamba e sem saberem para que lado se virar, de tal modo as suas políticas se confundem, apesar de ser afirmado publicamente haver várias diferenças entre ambas as partes.

Ou seja, o PS é um na oposição, e outro totalmente diferente quando no poder, chegando as suas práticas políticas a confundir-se, porque simplesmente consideram que o Socialismo morreu já e que viva a social-democracia, que é quela que mais rende e permite mais tachos para os boys.

Felizmente que o Socialismo não morreu, embora se possa conceder que, graças a estes falsos políticos, se encontra gravemente doente, precisamente porque eles assim entendem e querem.


Aliás, tem-se visto o autêntico divórcio do PS com as lutas sociais que se têm desenvolvido nos últimos tempos em Portugal, não devendo esquecer-se de que tudo tem a sua razão de ser: os actuais líderes do PS pertencem a uma classe rica,  pelo que jamais poderão defender convenientemente os reais interesses da cidadania nacional.

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