Sempre que ouço um líder socialista falar de
social-democracia, fico triste, lamentando que mantenham a sigla e o símbolo
socialista e afirmem que defendem a verdadeira social-democracia, cuja figura
de proa foi Olaf Palm.
Ora, entendo que se deve escolher entre
socialismo e social-democracia, que não são a mesma coisa, limitando-se as
novas vias, segundo Blair, a um descarado fugir às origens que levaram á
fundação do Partido Socialista, para ocupar aquele espaço político entre as
forças comunistas e a então direita, de que a social-democracia faz e sempre
fez parte.
Quando os ouço falar de diferenças, de novas
concepções políticas, de renovação ideológica, de defesa dos interesses da
população mais desfavorecida, digo para com os meus botões, que aí estão mais
alguns que nem são peixe nem carne, que parecem ter medo de assumir o
socialismo como a ideologia política e filosófica ideal para que possa haver
mais igualdade social.
Um
socialista, por princípio, não hostiliza quem quer que seja, a não ser
aqueles que pugnam e defendem as ideologias de direita, de extrema-direita,
fascistas e opressoras para o povo.
Lamento que os que fundaram o PS, tenham
tomado certas posições em tempos e que os que se lhes seguiram não tenham
sabido defender o socialismo como ele merece.
Ouvi, pela primeira vez, o senhor Seguro
falar da verdadeira social-democracia como a orientadora do PS, ao mesmo tempo
que defendia uma larga coligação das forças progressistas, humanistas,
socialistas e, talvez sem pensar, maquinalmente, citar a tal social-democracia
cujas linhas programáticas campeiam hoje no PS.
Ora, dizia-se entre as hotes do PS que o
senhor Seguro era um socialista da ala esquerda, que iria ter dificuldades em
conseguir congregar o aparelho do PS e moldá-lo à sua maneira de estar na
política e na liderança do PS.
Perante as suas palavras, pude constatar que,
afinal, é também daqueles que se preferem juntos ao capitalismo, que defendem
essa ideologia e que, em última instância se servirá dos cidadãos e seus votos
para dar continuidade às actuais políticas, pelo senhor Pedro praticadas, e,
daí, a convicção “pedrista” de que poderá convencê-lo a inserir-se na actual
barafunda política em que Portugal está mergulhado desde que ascendeu ao poder.
Muito por culpa do PS, diga-se de passagem e para que não restem dúvidas.
Todavia, o senhor Seguro fala de possível
aliança com as forças progressistas e humanistas, talvez tentando iludir os
incautos, não se coibindo de afirmar ser necessário fazer uma mudança política
no país, com o PS na liderança de uma ampla coligação de esforços, uma vez que
o actual governo se limita à prática de políticas de austeridade e do custe o
que custar ao povo português.
Porque eles sempre se entendem e recusam a
ruptura, de um lado e do outro, colocando os portugueses na corda bamba e sem
saberem para que lado se virar, de tal modo as suas políticas se confundem,
apesar de ser afirmado publicamente haver várias diferenças entre ambas as
partes.
Ou seja, o PS é um na oposição, e outro totalmente diferente quando no poder, chegando as suas práticas políticas a confundir-se, porque simplesmente consideram que o Socialismo morreu já e que viva a social-democracia, que é quela que mais rende e permite mais tachos para os boys.
Felizmente que o Socialismo não morreu,
embora se possa conceder que, graças a estes falsos políticos, se encontra gravemente
doente, precisamente porque eles assim entendem e querem.
Aliás, tem-se visto o autêntico divórcio do
PS com as lutas sociais que se têm desenvolvido nos últimos tempos em Portugal,
não devendo esquecer-se de que tudo tem a sua razão de ser: os actuais líderes
do PS pertencem a uma classe rica, pelo
que jamais poderão defender convenientemente os reais interesses da cidadania
nacional.
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