O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João
Jardim, disse na segunda-feira no Funchal que Portugal atravessa "um
suicídio nacional" e um "embuste" e defendeu que o Estado não
pode ser reformado sem uma mudança constitucional.
"Nós
estamos a viver uma espécie de suicídio nacional. Eu vejo nos entusiastas que
falam de reforma do Estado quererem mudar este estado de coisas em que
mergulhámos, mas sem mudar o regime político. Isto, para mim, é que é
absolutamente fraudulento, não se pode mudar o Estado sem mudar o regime em que
assenta este mesmo Estado", defendeu Jardim, num discurso durante o jantar
da Associação dos Industriais da Construção Civil da Madeira (ASSICOM).
"O
que se anda a vender, o embuste que se está a fazer neste país é no sentido de
dizer ‘vamos fazer uma reforma do Estado’, disse o governante, acrescentando
que “uns não querem mesmo reformas, outros que falam em reforma do Estado não
querem tocar no regime para que tudo continue na mesma à custa de algumas
alterações".
"O
que é grave neste momento é falar-se em reforma do Estado e, ao mesmo tempo,
não se perceber que só pode haver reforma do Estado passando por duas coisas -
uma revisão da Constituição e pela manutenção do Estado social, que seja
séria", sustentou.
Para
Alberto João Jardim, "não há uma reforma do Estado sem uma revisão
constitucional, não se reforma um Estado sem se mexer nas leis fundamentais e
há que manter o Estado social, que só é possível se a sociedade estiver
empenhada, sabendo que tem as suas garantias".
Jardim
defendeu também a necessidade de uma "maior autonomia politica" para
a Madeira.
"Não
há futuro para a Madeira se não dermos um salto de uma autonomia maior de, pelo
menos, termos nas mãos a capacidade legislativa para fazer as leis que nos
interessam, nomeadamente no âmbito económico e, sobretudo, no campo
fiscal", alertou.
O
presidente da ASSICOM e também secretário-geral do PSD/Madeira, Jaime Ramos,
acreditou, por seu lado, que em 2013, se vai “dar a volta a toda esta traição e
destruição que a Europa e a República fizeram e fazem a todos os madeirenses e
portossantenses".
Lusa/
SOL
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