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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sindicato admite greve contra fecho de fábrica de caixas multibanco


Torres Vedras em risco de perder unidade da Talaris Portugal, a única que ainda fabrica caixas automáticos na Europa. Trabalhadores reúnem-se com a administração e o Ministério da Economia na terça-feira.
O grupo emprega em Portugal cerca de 200 trabalhadores e tem ainda 40 subcontratados

Os trabalhadores da fábrica da Talaris Portugal em Torres Vedras vão reunir-se esta tarde em plenário para tomar posição sobre o plano de encerramento desta unidade, a única que na Europa produz máquinas ATM (conhecidas por multibanco). A fábrica tem condições para continuar, considera o sindicato, que não exclui recorrer à greve para travar o processo.
Se “for esse o sentimento” dos trabalhadores e se a medida servir para evitar o despedimento colectivo de 37 pessoas previsto pela administração, o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI) admite convocar uma paralisação, diz ao PÚBLICO Paulo Ribeiro, dirigente daquela estrutural sindical.
A Talaris Portugal (antiga Papelaco Automatismo e comprada recentemente pela japonesa Glory LTD) fabrica máquinas de terminais ATM e outros equipamentos de gestão de numerário, e presta serviço de assistência técnica a estes serviços.
A empresa planeia deixar de produzir equipamentos em Portugal (na fábrica de Torres Vedras) e concentrar outras valências (administração, recursos humanos, área financeira e call center) numa empresa do grupo no estrangeiro. Com isso, prevê fechar o escritório que tem arrendado em Sintra e passar os trabalhadores que não são abrangidos pelo despedimento colectivo para o edifício de Torres Vedras, onde se mantêm serviços, mas encerra a unidade de fabrico.
Ao todo, o grupo emprega em Portugal cerca de 200 trabalhadores permanentes e tem ainda 40 subcontratados, segundo dados do SIESI, afecto à CGTP.

O sindicato das indústrias eléctricas não vê razões para o encerramento da fábrica de Torres Vedras e teme pelas consequências do fim da unidade de produção, que considera a antecâmara para “a morte da empresa em Portugal”, nomeadamente pelo facto de se manterem serviços e investigação “sem ao lado [haver] uma linha para fazer protótipos e a experimentação”, diz Paulo Ribeiro. E em causa, acrescenta, está saber acumulado “há cerca de 20 anos da antiga Papelaco, que desenvolveu soluções técnicas para este sector”.
Questionado explicitamente sobre a hipótese de os trabalhadores avançarem para greve, o representante do sindicato não excluiu esse cenário. “Não pomos de parte [quaisquer] medidas necessárias para assegurar os postos de trabalho”, disse.
A reunião de trabalhadores nesta segunda-feira, às 16h na fábrica de Torres Vedras, servirá para debater o futuro da empresa e, diz Paulo Ribeiro, envolver na discussão todos os trabalhadores, “mesmo os que não estão incluídos” no despedimento colectivo.
O processo está na fase de informação, estando agendada para amanhã uma reunião entre a administração, o sindicato e representantes do Ministério da Economia, nos escritórios da empresa, em Sintra. 
=Público=

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