Faz precisamente hoje,
segunda-feira, dois anos que Pedro Passos Coelho, na altura candidato
social-democrata às legislativas de 2011, garantiu aos portugueses que não iria
cortar o 13º mês, classificando essa possibilidade como um “disparate”. Mas o
certo é que, dois anos passados, e entre tantas outras medidas de austeridade
aplicadas entretanto, além de uma pequena ‘omissão’ pelo meio, o 13º mês já lá
vai.
Estávamos a 1
de Abril de 2011, apenas a dois meses de um novo Governo assumir o rumo do
País, quando Passos Coelho, actual primeiro-ministro e na altura candidato
‘laranja’ a São Bento, afirmou perante uma jovem plateia de estudantes de uma
escola de Vila Franca de Xira que já tinha ouvido “o primeiro-ministro [José
Sócrates] dizer que o PSD” queria “acabar com muitas coisas e também com o 13º
mês”.
“Mas”, acrescentou Passos,
“nunca falámos disso e isso é um disparate”, recorda hoje o jornal i. Acontece
que, apenas alguns meses depois de chegar a São Bento, o Governo de Passos aplica
uma sobretaxa sobre os subsídios de Natal dos funcionários públicos e, um ano
depois, o corte do 13º mês acabou mesmo por avançar.
Também nesta circunstância,
Passos Coelho assegurava que “toda a austeridade” seria feita “pelo Estado (ao
nível da despesa) e não pelos portugueses (do lado da receita)”, afastando
“mais aumentos de impostos”, até porque, como o próprio escreveu no seu livro
‘Mudar’, isso pode conduzir “à contracção da actividade económica”.
O advogado e jurista, José
Miguel Júdice, acredita que a mentira “faz parte do ADN do político” e “votamos
nos políticos que nos mentem e não nos que nos dizem a verdade”. No mesmo
sentido, e também ao jornal i, o politólogo António Costa Pinto entende que a
“sociedade portuguesa já dá o desconto” e já se habituou a que “as promessas
não sejam cumpridas”.
N. M.
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