Tendência de redução da ajuda internacional aos
países em desenvolvimento tem-se verificado desde 2010 na União Europeia.
Em 2012, Portugal disponibilizou 567 milhões de
dólares para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento
A ajuda de Portugal aos países mais pobres caiu 13,1% em 2012
face ao ano anterior, indica um relatório da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE). Portugal segue uma tendência geral de cortes
neste tipo de ajudas verificada na União Europeia pelo segundo ano consecutivo.
Em 2012, Portugal disponibilizou 567 milhões de dólares para a
Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), o que corresponde 0,27% do rendimento
nacional. Assim, afasta-se cada vez mais das metas internacionais definidas
para a APD até 2015, as quais estabelecem que os países destinem 0,7% dos
respectivos rendimentos nacionais brutos aos países mais pobres
Pedro
Krupenski, presidente da direcção da Plataforma Portuguesa das Organizações
Não-Governamentais para o Desenvolvimento criticou, em comunicado, quem “acha
que reduzir a Ajuda Pública ao Desenvolvimento é reduzir custos supérfluos”,
concluindo que “há tantas formas de financiar a cooperação sem onerar os
orçamentos públicos”.
Portugal
centra a ajuda pública bilateral nos cinco países africanos de língua oficial
portuguesa e em Timor-Leste.
Em
geral, os membros do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento juntaram menos dinheiro
que em 2011: os 125,6 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros)
disponibilizados correspondem a uma quebra de 4% nas ajudas. A tendência de
redução verificada na União Europeia é a segunda maior desde 1997 e “coloca em
risco o apoio sustentável dado a milhões de pessoas mais desfavorecidas de todo
o mundo”, pode ler-se no comunicado da Plataforma Portuguesa das ONGD.
Alguns
dos maiores cortes ocorreram em Espanha, que reduziu as ajudas aos países mais
pobres em quase 50% durante o ano passado.
Quanto
ao destino destas verbas, verificou-se sobretudo uma redução nas ajudas ao
continente africano, que caíram quase 10% em relação a 2011.
“Contudo,
apesar das pressões fiscais actuais, alguns países mantiveram ou aumentaram os
respectivos orçamentos para a APD, de modo a cumprir as metas estabelecidas”,
pode ler-se no documento divulgado pela OCDE. O Reino Unido, por exemplo,
junta-se agora a um conjunto de países europeus que já cumpriram as metas
definidas, onde se encontra a Dinamarca, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suíça.
=Público=
PS: Então, Portugal deveria ajudar os outros
e deixar na miséria os seus?
Sem comentários:
Enviar um comentário