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sexta-feira, 19 de abril de 2013

«O GOSTO BURGUÊS»

Desde há uns tempos a esta parte, existe uma sensibilidade de gosto burguês. E de que se trata afinal? Não são, ambos, os mais fechados, os mais impermeáveis, os mais herméticos, e portanto os mais anti-sociais que existem?

É aí, sobretudo, que estamos fechados em nós mesmos, até ao ridículo, inclusive!

Basta somente considerar a nossa arte e a nossa literatura para se convencer disso.

Nada é mais incompreensível, mais distanciado das reais necessidades da população, das massas.

Nada é mais contrário às verdadeiras aspirações do homem. Mas cada qual, em arte, em literatura, procurava explicar-se a si mesmo, exteriorizar-se, exprimir-se a si mesmo.

O mim e o eu, detestáveis embora, encontramo-los em tudo! Cada qual tem o seu “estilo”, a sua “maneira”, a sua “escrita”.

Isto vai até à mania e ao gozo, especialmente quando o senhor Pedro fala ao país, como acontece neste exacto momento, desde a Assembleia da República, continuando a fugir à verdade como o diabo foge da Cruz.

Quanto ao estilo, à maneira, à “escrita dos outros”, pouco importa. Ele devotrou-se de tal modo à mentira que já se sente incapaz de tentar convencer seja quem for de que pretende falar verdade.

O senhor Pedro, no seu “delírio megalómano e mentiroso”, tenta fazer de nós todos parvos, loucos ou néscios, pouco importa, pois limita-se a continuar os roubos que comete diariamente na pessoa do povo português.

O que lhe importa é deixar a sua mensagem, adulada de imediato por alguns deputados que sustentam a maioria, enquanto nos cobre de injúrias, parecendo acreditar em tudo quanto diz e lhe dizem nessa adulação.

Aliás, adora tomar-nos a todo por simplórios! A arte? Uma e outra vez a mentira, verdadeira floresta onde só se aventuram alguns iniciados.

As massas, essas têm o futebol! Nada indica que perdem por isso. Que mais deveriam fazer? Que mais lhe é permitido fazer, pensar, gostar, ou até viver dentro de tamanha austeridade e chorrilho de mentiras permanentes? De onde se deve concluir que foram traídas.

O senhor Pedro arvora-se em homem culto e, nesse aspecto, será menos culpado que a irremediável imbecilidade de espírito que reina no seio da maioria? Então, porquê tanta asneira, tanta mentira, tanta desconsideração em relação à cidadania em geral?

Será que se sente menos seguro após a saída do seu amigalhaço Miguel Relvas? Sentir-se-á inseguro, sem poder confiar nos outros como confiava nele?

Por onde essas asneiras penetraram na imaginação das criancinhas, dos lorpas, dos adultos a quem toma por simples idiotas e estúpidos?

Houve um momento em que se viu obrigado a calar-se,  na sua verborreia díspar, mostrando admiração embasbacada.

Fala ainda e sempre de crise, de momentos especiais, de culpados, de inocentes – ele e seus amigos – esquecendo-se dos tempos em que o actual presidente da República era primeiro-ministro e deu cobertura e espírito de cooperação aos que se fartaram de roubar no interior do BPN, que era unicolor, laranja.

Mas, embrutecendo a verdadeira sensibilidade, embotando o gosto mais autêntico, um e outro dissocializaram toda a geração de jovens, burgueses ou não, que não mais vêem, na actual “literatura” narrada senão meios que permitem a quem quer que seja exteriorizar a sua personalidade, ou mesmo exprimir um aspecto, um momento dessa personalidade.


Ao senhor Pedro, apenas duas palavras: “Vá-se embora!” e mais uma: “Demita-se!”, pois a incapacidade e a estupidez têm um limite de suportabilidade.

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