Desde há uns tempos a esta parte, existe uma
sensibilidade de gosto burguês. E de que se trata afinal? Não são, ambos, os
mais fechados, os mais impermeáveis, os mais herméticos, e portanto os mais
anti-sociais que existem?
É aí, sobretudo, que estamos fechados em nós
mesmos, até ao ridículo, inclusive!
Basta somente considerar a nossa arte e a nossa
literatura para se convencer disso.
Nada é mais incompreensível, mais distanciado
das reais necessidades da população, das massas.
Nada é mais contrário às verdadeiras aspirações do homem. Mas cada qual, em arte, em literatura, procurava explicar-se a si mesmo, exteriorizar-se, exprimir-se a si mesmo.
Nada é mais contrário às verdadeiras aspirações do homem. Mas cada qual, em arte, em literatura, procurava explicar-se a si mesmo, exteriorizar-se, exprimir-se a si mesmo.
O mim e o eu, detestáveis embora,
encontramo-los em tudo! Cada qual tem o seu “estilo”, a sua “maneira”, a sua “escrita”.
Isto vai até à mania e ao gozo, especialmente
quando o senhor Pedro fala ao país, como acontece neste exacto momento, desde a
Assembleia da República, continuando a fugir à verdade como o diabo foge da
Cruz.
Quanto ao estilo, à maneira, à “escrita dos
outros”, pouco importa. Ele devotrou-se de tal modo à mentira que já se sente
incapaz de tentar convencer seja quem for de que pretende falar verdade.
O senhor Pedro, no seu “delírio megalómano e mentiroso”,
tenta fazer de nós todos parvos, loucos ou néscios, pouco importa, pois
limita-se a continuar os roubos que comete diariamente na pessoa do povo
português.
O que lhe importa é deixar a sua mensagem, adulada de imediato por alguns deputados que sustentam a maioria, enquanto nos cobre de injúrias, parecendo acreditar em tudo quanto diz e lhe dizem nessa adulação.
Aliás, adora tomar-nos a todo por simplórios! A
arte? Uma e outra vez a mentira, verdadeira floresta onde só se aventuram
alguns iniciados.
As massas, essas têm o futebol! Nada indica que
perdem por isso. Que mais deveriam fazer? Que mais lhe é permitido fazer,
pensar, gostar, ou até viver dentro de tamanha austeridade e chorrilho de
mentiras permanentes? De onde se deve concluir que foram traídas.
O senhor Pedro arvora-se em homem culto e,
nesse aspecto, será menos culpado que a irremediável imbecilidade de espírito
que reina no seio da maioria? Então, porquê tanta asneira, tanta mentira, tanta
desconsideração em relação à cidadania em geral?
Será que se sente menos seguro após a saída do
seu amigalhaço Miguel Relvas? Sentir-se-á inseguro, sem poder confiar nos
outros como confiava nele?
Por onde essas asneiras penetraram na imaginação
das criancinhas, dos lorpas, dos adultos a quem toma por simples idiotas e
estúpidos?
Houve um momento em que se viu obrigado a
calar-se, na sua verborreia díspar,
mostrando admiração embasbacada.
Fala ainda e sempre de crise, de momentos
especiais, de culpados, de inocentes – ele e seus amigos – esquecendo-se dos
tempos em que o actual presidente da República era primeiro-ministro e deu
cobertura e espírito de cooperação aos que se fartaram de roubar no interior do
BPN, que era unicolor, laranja.
Mas, embrutecendo a verdadeira sensibilidade, embotando o gosto mais autêntico, um e outro dissocializaram toda a geração de jovens, burgueses ou não, que não mais vêem, na actual “literatura” narrada senão meios que permitem a quem quer que seja exteriorizar a sua personalidade, ou mesmo exprimir um aspecto, um momento dessa personalidade.
Ao senhor Pedro, apenas duas palavras: “Vá-se
embora!” e mais uma: “Demita-se!”, pois a incapacidade e a estupidez têm um
limite de suportabilidade.
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