O ministro da Educação, Nuno Crato, recusou-se, esta quinta-feira, a
estabelecer uma relação entre a demissão do ministro Adjunto e dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, e o relatório sobre a sua licenciatura. Ao mesmo
tempo, Crato negou ter tido o documento na sua posse durante dois meses,
adiantando que este foi um tema sobre o qual não falou com o até agora colega
de Governo, tendo apenas informado Passos Coelho “sobre os aspectos muito gerais”.
O ministro da Educação negou em entrevista à SIC Notícias, ter
tido o relatório sobre a licenciatura de Miguel Relvas na sua posse durante
dois meses, adiantando que este foi um tema sobre o qual não falou com o até
agora colega de Governo, tendo apenas informado Passos Coelho “sobre os
aspectos muito gerais”.
“Não
faço relação nenhuma”. Foi desta forma que o ministro da Educação, Nuno Crato
reagiu quando questionado sobre a relação, que tem sido apontada em várias
frentes, entre a demissão do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares,
Miguel Relvas, e o relatório sobre a sua licenciatura na Universidade Lusófona.
Na
antena da SIC Notícias, o governante garantiu mesmo tratar-se de uma
“coincidência” o facto de a saída de Relvas do Governo ter acontecido um dia
depois da moção de censura apresentada pelos socialistas ao Executivo liderado
por Passos Coelho, e um dia antes de o Tribunal Constitucional, tudo indica, se
pronunciar acerca das normas enviadas para fiscalização sucessiva ao Orçamento
do Estado para 2013.
Coincidências
à parte, o ministro da Educação confirmou também que o relatório da
Inspecção-geral da Educação, que envolve a licenciatura de Miguel Relvas,
"segue para o Ministério Público junto do tribunal administrativo".
Quanto à demora na divulgação do relatório, Nuno Crato afiançou
que “foram dois meses para a análise pela Inspecção e depois para análise nos
nossos gabinetes". "São assuntos muito sérios. O que está em
causa é a dignidade e seriedade da Universidade portuguesa. Está em causa a
qualidade do Ensino Superior”, argumentou também o ministro para justificar a
demora, adiantando que num dos relatórios estavam a ser avaliados cerca de 400
casos.
Nesta
senda, Crato afiançou que não teve o relatório relativo à licenciatura de Miguel
Relvas nas suas mãos durante dois meses.
“Tive
conhecimento disso algures em Março. Estive fora mais de uma semana”, em
viagens oficiais, justificou o ministro da Educação.
Por
outro lado, o governante garantiu que nunca falou sobre o tema com o até agora
colega de Governo Miguel Relvas. “Temos tido uma regra que é nunca falarmos com
o senhor ministro Miguel Relvas sobre este assunto. Temos de fazer isto com a
maior justiça”, frisou o ministro da Educação, acrescentando que manteve Passos
Coelho “informado sobre os aspectos muito gerais”, tendo também dado a conhecer
ao primeiro-ministro há poucos dias que o relatório seguiria para o Ministério
Público.
À
pergunta sobre se alguma vez equacionou que os resultados do relatório e sua
divulgação iriam provocar a demissão de Miguel Relvas, Nuno Crato respondeu: “é
um assunto sobre o qual evitei pensar”.
N. M.
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