Antes de mais, é preciso falar de princípios
intelectuais e do próprio comportamento moral que, cem ou mil vezes ao dia é
posto em causa, precisamente por falta desses princípios intelectuais dos que
se arvoram em políticos governantes.
Não falo da cegueira que os afecta ao tomarem
tantas medidas cegas a que chamam cortes inconscientes, causadores de tremendas
assimetrias sociais, ainda que neles e com eles já nada nos possa surpreender.
Conhecemos um político do actual governo,
conhecêmo-los a todos, pois alinham pelo mesmo diapasão, que é o de pisar o
povo que os elegeu. Imagine-se a vontade que sentem por não poderem saber quem
não votou neles…
Pode dizer-se que o que se passa em Portugal
é caso único. Apesar de, infelizmente, podermos citar outros do passado, quando
se viveu em ditadura, liderada pelo “…de Santa Comba…”, e que, em comparação
com o actual, coimbrão, se pudesse, mais não seria que um menino de coro à sua
beira. É que o problema é exactamente esse.
Mais do que exemplos concretos que nos tem
oferecido, e que temos pago de forma ignóbil, ajudado por um presidente que o
não é menos, que promulga tudo e mais alguma coisa e só depois pede a
fiscalização sucessiva, criando um ambiente que denuncio, o que quer dizer, em
suma, imponderáveis contra os quais só se reage tardiamente, quando se reage,
acreditando ainda, possivelmente, no destino que há séculos nos está reservado.
Torna-se necessária uma reacção que se
imponha a nós de forma gritante.
Mas, o clima moral em que vivemos é feito de
milhares de pequenas fraquezas, de concessões, de frouxa condescendência a
tanta pisadela feita de forma continuada, mesmo sabendo que quem colocou o país
e suas finanças na situação em que se encontram, foram gentes seus pares,
nomeada e essencialmente com o caso do BPN, que, como sabem que disso sabemos,
tentam desesperadamente fazer-nos uma lavagem ao cérebro, acusando sempre o
mesmo, ou os mesmos, para ver se ficam bem na fotografia.
Do ponto de vista intelectual, tudo é
discutido, o que gera um cepticismo que nem mesmo está sempre latente.
Do ponto de vista moral, tudo é feito pela
metade, o que conduz à condescendência, que mais não é que a mãe do caos e da
anarquia.
Nove vezes em dez, isso é consequência da
tibieza de comando, mas também de um sectarismo bem à mostra de todos, tentando
enxovalhar quem os antecedeu em detrimento dos reais responsáveis por tudo
quanto se passa e vive em Portugal.
Quem deu cabo dos barcos de pesca? Quem deu
dinheiro de Bruxelas para os abater e hoje fala do mar como uma das únicas
formas de expansão económica do país que é Portugal?
Quem deu subsídios vindos também de Bruxelas
para se acabar com a agricultura, obrigando a que tivessemos de importar tudo
quanto se comia? Quem mandou transformar as searas alentejanas em campos de
golfe?
Porque se não fala de tão excelsos
governantes? Porque se teima em criticar sempre o mesmo, na tentativa de
inocentar os verdadeiros culpados, para que não sintam a coragem de usar o veto
em vez da promulgação?
Porque fomentam eles o desemprego, com
políticas que punem sempre os inocentes, que só pecaram por os ter eleito?
Realmente, saber “pisar”, “esmagar sob
impostos” os cidadãos inocentes, é uma arte, mas uma arte imoral e que merece
punição severa.
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