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quinta-feira, 23 de maio de 2013

«OS VIAJANTES DO TEMPO EM PORTUGAL»

Há ainda quem pergunte quem são os “muito idosos”. Ora, com tantas pessoas a ultrapassarem os 65 anos, todos começaram a chamar “muito idosos” àqueles que sobrevivem aos setenta e muitos anos.

Actualmente, nas sociedades ocidentais, em especial europeias do sul (ou da periferia da Europa), mais de 25% das pessoas acima dos 65 anos têm uma esperança de vida superior aos 80 anos.

Mas, em Portugal, com todos os cortes – verdadeiros roubos cometidos pelo actual governo – será que podemos afirmar que a esperança de vida se manterá?

Corta-se nos serviços de saúde, corta-se nas pensões e salários, aumentam-se as taxas moderadoras, simula-se diminuir ao preço dos medicamentos, retiram-se isenções deferidas por juntas médicas, encerram-se serviços de prestação de cuidados médicos e de enfermagem, colocam-se milhares de portugueses na condição de “indigência social”, enquanto se apontam certos exemplos…

“Segundo os geriatras, ser-se velho já não significa, necessariamente, ser-se “doente, senil, assexual, gasto ou incapacitado”, e, vai daí, aumenta-se a idade da reforma, supostamente – segundo afirmam os políticos no poder – para assegurar a sustentabilidade dos serviços para os quais todos descontavam e que davam uma certa segurança na assistência na doença e na falta de meios de subsistência dos cidadãos.

Agora, que alguns cidadãos de 80 anos gozam de boa saúde e vivem independentes, subitamente deixam de ser vistos pelos vizinhos, chama-se a polícia que arromba a porta e dá de caras com o cadáver do saudável velho.

É verdade que a medicina moderna cura, ou melhora muitas doenças que antigamente cedo provocavam a morte ou a invalidez, fala-se agora de “perspectiva de saúde” em vez de “perspectiva de vida”.

A Indigência, que também se acreditava estar totalmente banida do vocabulário geral, voltou a ser um facto real e já a esperança de vida começa a baixar novamente, sendo já, em média, de 70 anos.

A perspectiva de vivermos saudavelmente e em pleno uso das nossas faculdades durante todos esses 70 anos, vai diminuir cada vez mais no nosso país, o que começa a causar graves problemas sociais, que têm a sua origem nas políticas praticadas actualmente.

Quanto à reacção entre homens e mulheres ao envelhecimento natural, o conhecido psiquyiatra Carl Jung disse que, na idade avançada, os homens têm tendência para desenvolver a sua “sensibilidade”, e as mulheres, a sua “argúcia e inteligência”.

Nas sociedades modernas, os papéis de cada sexo tendem a confundir-se com o avanço da idade. Os homens mais velhos surpreendem-se experimentando nova sensibilidade, e as mulheres descobrem um novo poder de afirmação.

A reforma significa, habitualmente, a permanência nunca experimentada dos dois cônjuges em casa.

Contrariamente à opinião generalizada de que esta alteração aumenta as tensões entre os dois, tem-se verificado que a maioria dos casais a suporta bem, especialmente quando têm problemas financeiros. Os casais que se dão melhor são os mais comunicativos.

Ao planearem os seus tempos de reforma, marido e mulher partilham e conjugam os objectivos e desejos de cada um para o futuro. Mas, o futuro tem desaparecido em Portugal, não apenas para os mais velhos, mas o que é bem pior, também desaparece paulatinamente para as crianças e adolescentes, ou jovens licenciados que não conseguem o seu primeiro emprego.

Por isso, tomando-nos como reféns do presente e do futuro, o actual governo tomou-nos a todos, velhos e jovens como suas cobaias para o regresso da indigência neste velho rincão à beira-mar plantado, enquanto dedica todas as suas atenções aos capitalistas e banqueiros, votando a cidadania ao mais terrível ostracismo que se possa imaginar.


Francamente, não posso compreender como ainda existe uma maioria que apoie o actual governo na Assembleia da República, consentindo que os portugueses em geral definhem a cada dia que passa.

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