Visto que usou e abusou da confiança dos
cidadãos, é justo que se sinta submetido a um regime de liberdade controlada,
condicionada e que, o presidente da República tem a obrigação, em nome do
respeito devido aos portugueses, de demitir o actual governo, começando pela
dissolução da Assembleia da República.
Se depois achar conveniente, pode também ele
demitir-se!
Onde é que já se viu impor taxas – de 6% -
aos desempregados? Que respeito tem essa gente pelos portugueses? Será que
havia razões para os considerar “traidores à Pátria?” Pelo menos ao povo, deram
já mostras suficientes dela, negando e omitindo todas as promessas feitas em
campanha, conduzindo a cidadania nacional à fome e à miséria.
É preciso fazê-los compreender que estamos na
disposição de lutar seriamente para que saiam seja pela porta dos fundos, seja
pela da frente, interessando apenas que vão para o olho da rua.
Torna-se imperioso mostrar a esses senhores
que perderam toda a autoridade e, com isso, reduzir as possibilidades, exigindo
a sua demissão, da criação de mais medidas de austeridade.
Torna-se também imperioso devolver a palavra
aos portugueses para que escolham, com o seu voto, quem querem que os governe e
governe o país.
Caros compatriotas. É preciso, urgentemente e
de qualquer maneira, informá-los, demonstrar-lhes que não souberam nem foram
capazes de dar solução aos problemas essenciais que atormentam os portugueses
em geral, pelo contrário, aprofundaram-nos, tratando-nos como se fossemos
irracionais.
É necessário mostrar-lhes – aos senhores que
se pensam donos de Portugal e dos portugueses – o que lhes é permitido e o que
lhes é proibido e, depois dessa demonstração, mandá-los pentear macacos.
Porque se limitam a pensar na cada vez maior
e mais ampla austeridade sobre o povo português, com uma espécie de raiva cega,
mesmo após terem sido solicitados a debruçar-se sobre os reais problemas que
afectam a sociedade em geral, limitando-se a ouvir e tudo fazer ao contrário,
com a complacência do senhor Silva de Boliqueime, de lhes mostrar os perigos
que corriam ao esticarem demasiado a corda, que pretenderam transformar em
“soga”, chegando mesmo a colocar na maioria um humilhante jugo, não tiverem
presente, durante mais dois anos que, dentro desse tempo nada fizeram para
aliviar a situação geral da cidadania.
Desprovidos de experiência e, portanto,
entregues à sua imprudência fenomenal, depois das várias vezes em que, sob a
forma de manifestações lhes serem apontados novos caminhos e rumos,
limitando-se a proclamar que o país e o governo não podem ligar ao que se passa
nas ruas do país, humilhação máxima aos apelos dos portugueses.
Avaliando os esforços dos cidadãos e os
desprezo deles, os portugueses só têm uma solução, que é a de exigirem, não
mais solicitarem, a demissão rápida de tais almas penadas que se limitam a
impor sempre mais e novas medidas de austeridade e mais impostos mesmo e
sobretudo sobre os parcos subsídios dos desempregados, como também de taxas impostas a deficientes de todo o
género.
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