Muita coisa mudaria neste país!
Tudo faria para poder dar ao povo o que só ao
povo pertence e se o não conseguisse, devido às pressões habituais de certos
empresários mas também de outros políticos, jamais mudaria de rumo, preferindo
demitir-me a não poder cumprir todas as promessas feitas em campanha, e manter
a minha consciência tranquila, podendo também passear-me por entre os meus concidadãos
sem guarda-costas, a pé e trocando com eles impressões.
Claro que não se trata de qualquer campanha,
jamais aceitaria encabeçar um grupo, jamais abdicaria da minha independência,
jamais permitiria que os portugueses passassem fome e as terríveis privações
que passam hoje e recordaria ao presidente da República, fosse quem fosse, o
juramento sagrado do cumprimento e obrigatoriedade de cumprimento da
Constituição.
E, se se tratasse de um presidente que
tentasse desviar-me do caminho traçado, obrigá-lo-ia a resignar, fosse de que
modo fosse, pois o meu único interesse seria sempre o de ver o povo feliz.
Se também eu sou português, igual a todos os
demais concidadãos, mesmo aqueles que nasceram num canto desfavorecido e que,
com o tempo se foi tornando cada vez mais miserável, seria por esses mesmos que
começaria a “limpeza”, isto é, a facultar-lhes uma vida digna.
E àqueles autarcas que usassem de todas as
artimanhas para lhes fazer o favor de arranjar um local digno para viverem,
mostrar-lhes-ia que não poderiam continuar desse modo, já que todos os
cidadãos, ricos e menos ricos e até os pobres eram os verdadeiros donos das
casas mandadas construir pela autarquia.
Faria vigiar todos os que enriquecem à custa
do erário público, fá-los-ia julgar e condenar, jamais permitindo que enviassem
verdadeiras fortunas para os paraísos fiscais, mantendo forte fiscalização
sobre as actividades bancárias e evitando que os pobres o ficassem cada vez
mais.
Nunca consentiria nesses frotas de carros de
luxo nos quais se deslocam os políticos, que bem podem usar os transportes
públicos, sobretudo os combóios nas suas deslocações mais longas dentro do
país, assim como algumas até Espanha, por exemplo, e para mais longe usariam um
avião de carreira normal. Se são cidadãos como todos os que os elegem, porquê
todas essas diferenças que impõem logo que eleitos? Será que não distribuem
abraços e beijos pelos mercados e feiras durante as campanhas?
Porquê, então, essa megalomania que deles se
apodera de seguida à eleição? Será que subitamente adquiriram uma doença
contagiosa, e de certo modo agem como na
Antiguidade, em que se mandava para um vale os leprosos? Será que os cidadãos
estão contagiados com uma nova forma de peste? Infelizmente, assim parece, dado
o comportamento desses aprendizes de feiticeiros que tão maltratam o povo
português.
Uns anos deste modo, os portugueses merecendo
toda a consideração e toda a dignidade respeitada, certamente que obrigaria
alguns a meditar muito sobre o assunto e a aprender a respeitar e a
proporcionar uma nova vida à cidadania em geral, o que faria com que o próprio
povo aprendesse q fazer-se respeitar, cumprindo o seu dever de auto-defesa e
também o de defenderem os interesses nacionais.
Seria necessário, desse modo, impor o dever
de comparticipação laboral de todos os portugueses? É que o trabalho, seria
obrigatório, não o desemprego!
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